Medidas de poupança energética beneficiam orçamentos familiares e proteção ambiental;

Comissão Europeia lança em Portugal programa de educação
Medidas de poupança energética beneficiam orçamentos familiares e proteção ambiental
A Comissão Europeia está atenta à temática da eficiência energética e lançou uma iniciativa em Portugal para educar as famílias sobre como poupar energia e dinheiro. O principal objetivo desta ação é o sensibilizar as famílias a reduzir a sua fatura energética através de sugestões simples e práticas de baixo custo ou mesmo sem custo, e encorajar os proprietários a investir em melhorias das condições de habitabilidade.


As medidas de poupança energética beneficiam não apenas os orçamentos familiares, mas também contribuem para uma melhor proteção ambiental. “Mesmo pequenas alterações no comportamento diário podem contribuir para a poupança das famílias. Estas podem utilizar o apoio financeiro disponível para as famílias para medidas de poupança energética, permitindo simultaneamente poupanças energéticas e ambientais”, disse recentemente a Comissária Europeia Věra Jourová.
Esta iniciativa foi lançada em Portugal no final de setembro, quando a uma exposição itinerante interativa esteve patente em Lisboa e no Porto. Durante uma semana e meia, mais de 4300 pessoas visitaram o projeto e puderam descobrir diversas sugestões para poupar energia. A iniciativa continua online e diversas ações mediáticas e com escolas estão previstas até ao final do ano.
Para assegurar um maior alcance e eficácia, esta iniciativa é apoiada pelas principais organizações na área da energia e direitos do consumidor em Portugal, tais como a Agência para a Energia (ADENE), a Associação das Agências de Energia e Ambiente (RNAE), a Agência de Energia e Ambiente de Lisboa (Lisboa E-Nova), a Agência de Energia do Porto (AdEPorto), o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE – FCT/UNL), a Direção Geral do Consumidor (DGC), a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), a DECO, a Entidade Reguladorados Serviços Energéticos (ERSE), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), assim como pelos Municípios de Lisboa e Porto. Esta iniciativa também decorre na República Checa, Roménia e Grécia.
 
Observatório em Pobreza Energética
 
Também no início deste ano, a Comissão Europeia lançou um Observatório em Pobreza Energética – https://www.energypoverty.eu/ - para proporcionar acesso facilitado e aberto a diversos recursos para promover o envolvimento do público com o tema da pobreza energética. Também permite juntar interlocutores em toda a União Europeia para a disseminação de informações e boas práticas.
Para mais informações e dicas úteis sobre como poupar energia e dinheiro, pode visitar www.gastemenosemenergia.eu.
 
Existem 2,4 milhões de portugueses em risco de pobreza
 
Um dos cinco objetivos relativamente aos indicadores chave da estratégia Europa 2020 é a redução da pobreza, retirando pelo menos 20 milhões de pessoas da União Europeia do risco de pobreza ou exclusão social até 2020. De acordo com os mais recentes dados do Eurostat, cerca de 23,3% ou 2,4 milhões dos cidadãos portugueses, estão em risco. Apesar da recente recuperação económica em Portugal, que se seguiu à crise financeira, este número não registou uma evolução significativa. E a pobreza energética é uma parte importante deste problema. Se os indivíduos não têm disponibilidade financeira para garantir um nível de energia adequado, também enfrentarão carências em outras áreas da sua vida, tais como habitação e alimentação.
Na Europa, mais de 112,9 milhões de famílias estavam em risco de exclusão social em 2017, o que representa 22,5% do total da população. Também de destacar que 36,4% da população na UE-28 não dispunha de capacidade para enfrentar despesas inesperadas, pelo que mesmo pequenos incrementos na poupança podem contribuir para melhorar este indicador.
O Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa tem desenvolvido uma investigação aprofundada sobre o estado atual da pobreza energética em Portugal. Os seus dados sublinham que aproximadamente 20% das famílias portuguesas têm direito a uma tarifa social para ajuda no pagamento das contas de eletricidade e gás natural, e cerca de 75% das habitações têm uma baixa certificação de eficiência energética (C ou menos). Estes indicadores permitem realçar o grande potencial ainda existente para melhorar as condições de vida e contribuir para uma mais eficiente utilização da energia.
 
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
Em 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 17 de outubro como Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Esta resolução fundamental proporciona uma oportunidade para reconhecer o esforço e os desafios enfrentados por quem vive em situações de pobreza, assim como uma oportunidade para que as suas preocupações sejam ouvidas. Uma das áreas fundamentais em que os indivíduos podem sentir maior privaçãona sua capacidade financeira para acederem à energia de que necessitam para aquecer as suas casas, preparar a sua alimentação e executar as suas tarefas diárias.
Susana Almeida, 18/10/2018
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