EDP está a ser investigada por ligações a Sócrates e ao BES;

EDP está a ser investigada por ligações a Sócrates e ao BES
O Ministério Público está a investigar a EDP  e os pagamentos efetuados em benefício de Manuel Pinho. Os procuradores do DCIAP suspeitam de uma ligação entre a EDP e os casos Sócrates e BES, e estão a ter a ajuda do juiz Carlos Alexandre nas investigações.

O inquérito que envolve a EDP tem como arguidos Manuel Pinho e António Mexia, CEO da empresa, por suspeitas de corrupção ativa.
O Ministério Público está a analisar toda a documentação relativa a eventuais pagamentos efetuados por sociedades do universo GES [Grupo Espírito Santo] a António Mexia, bem como a de todos os pagamentos realizados a Manuel Pinho, nomeadamente pela sociedade offshore Espírito Santo (ES) Enterprises..
A investigação envolve os emails de Manuel Pinho e da sua ex-secretária, em particular quando o ex-ministro da Economia foi administrador em empresas do GES.
O Ministério Público pretende esclarecer se os valores pagos pela offshore ES Entreprises a Manuel Pinho terão sido contrapartidas ocultas e ilícitas pelos alegados benefícios concedidos pelo ex-ministro e pelo Governo de José Sócrates à EDP. A investigação envolve um período em que o BES era um dos principais acionistas da EDP. Manuel Pinho integrava a administração do BES antes de ter entrado para o Governo de Sócrates e voltou ao BES depois de deixar o Governo.
Os procuradores do DCIAP querem avançar na investigação e ultrapassar os obstáculos que têm sido levantados pelo juiz Ivo Rosa, responsável do caso EDP no Tribunal Central de Instrução Criminal,.
De acordo com os indícios existentes, Manuel Pinho teria recebido da EDP um patrocínio de 1,2  milhões de euros, que foram pagos à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para o ex-ministro ter o estatuto de professor convidado. Os investigadores suspeitam que se tratou de uma contrapartida pelas alegadas ajudas do ex-governante à EDP, através de decisões políticas que proporcionaram vantagens indevidas  à elétrica portuguesa.

Administrador condenado a prisão efetiva

Se o Ministério Público provar em tribunal as suspeitas que envolvem António Mexia e Manuel Pinho, não será a primeira vez que quadros superiores da EDP estão envolvidos em processo de corrupção.
No ano passado, Domingos Paiva Nunes, ex-administrador da EDP Imobiliária, foi condenado pelo Tribunal da Relação do Porto a quatro anos de prisão efetiva por corrupção. Os crimes foram apurados no âmbito do processo Face Oculta e terão sido praticados quando Domingos Paiva Nunes era administrador da EDP Imobiliária. As contrapartidas que terá beneficiado incluem a oferta de um automóvel Mercedes com um custo superior a 150 mil euros.
Antes de entrar para a administração da EDP Imobiliária, Domingos Paiva Nunes tinha sido vereador do PS na Câmara de Sintra, integrando o Executivo liderado por Edite Estrela.
Susana Almeida, 29/03/2018
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