Pedidos de patentes de Portugal no Instituto Europeu de Patentes aumentaram 46,7% ;

Crescimento nas áreas de tecnologia dos transportes, química e produtos farmacêuticos
Pedidos de patentes de Portugal no Instituto Europeu de Patentes aumentaram 46,7%
O português António Campinos é o novo presidente do Instituto Europeu de Patentes (EPO).
Os pedidos de patentes apresentados por empresas e instituições portuguesas ao Instituto Europeu de Patentes (EPO, na sigla em inglês) aumentaram 46,7% em 2018. Um crescimento acentuado que acontece após um ano de declínio no número de pedidos (menos 4,5% em 2017), de acordo com o mais recente Relatório Anual do EPO, divulgado a semana passada. A área dos transportes foi a que mais pedidos registou o ano passado e o Norte é a região que apresentou mais pedidos no Instituto Europeu de Patentes (seguiram-se as regiões Centro e Lisboa). O novo presidente do EPO, o português António Campinos, não tem dúvidas: este é “um sinal da crescente força de Portugal na inovação”. No total dos 38 Estados-membros, o Instituto recebeu 174.317 pedidos de patentes europeias, um aumento de 4,6% face a 2017.
 
O EPO apresentou na última semana, já sob a liderança do novo presidente, António Campinos, os resultados da atividade em 2018. E os resultados para Portugal são animadores, já que os pedidos de patentes registados por instituições portuguesas cresceram 46,7%.
De acordo com os dados enviados à “Vida Económica” pelo EPO, este foi, aliás, “um dos maiores crescimentos registados entre os 38 Estados-membros do Instituto, ultrapassado apenas pela Lituânia e San Marino. No ano passado, as empresas, organizações de investigação e universidades apresentaram um total de 220 pedidos de patentes (150 em 2017). 
O crescimento em Portugal deve-se sobretudo ao “aumento dos pedidos de patentes nas áreas de tecnologia dos transportes, química e produtos farmacêuticos”, com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência do Porto (INESC Porto) como “a instituição portuguesa que registou mais pedidos de patentes no EPO em 2018”. No total, o Instituto recebeu 174.317 pedidos de patentes europeias, o que significa um aumento de 4,6% relativamente a 2017 e um novo recorde no número de pedidos apresentados anualmente a esta instituição.
As empresas dos 38 Estados-membros do EPO registaram mais 3,8% pedidos do que em 2017, o que constitui o crescimento mais significativo nas patentes europeias desde 2010. Os pedidos de patentes apresentados pela China aumentaram 8,8%, o valor mais baixo deste país nos últimos cinco anos.
Os Estados Unidos da América continuam a ser o país de onde é originário o maior número de pedidos de patentes, com cerca de 25% do total dos pedidos apresentados em 2018, seguindo-se a Alemanha, Japão, França e China.
 
Norte apresentou cerca de 40% dos pedidos de patentes com origem em Portugal
 
O presidente do EPO, António Campinos, diz que “é com muito agrado que vejo o número de pedidos de patentes crescer de forma tão vigorosa no meu país”, frisando que “as patentes são essenciais para fortalecer a competitividade do país e das suas empresas e um pré-requisito para o crescimento e a criação de empregos”. Estes últimos resultados anuais e o crescimento substancial dos pedidos de patentes de Portugal são, pois, “um sinal da crescente força do país na inovação, investigação e desenvolvimento”, sendo o contributo das instituições de investigação e universidades portuguesas no aumento dos pedidos de patentes “particularmente encorajador”.
Recorde-se que o principal crescimento dos pedidos de patentes com origem em Portugal junto do EPO ocorreu na área dos transportes (800%), o que engloba a indústria automobilística, engenharia química e química alimentar (estas últimas ambas com mais 200% de pedidos). 
Por regiões, o Norte do país apresentou, em 2018, cerca de 40% dos pedidos de patentes com origem em Portugal, o que significa um crescimento de 35% comparativamente a 2017. Seguem-se o Centro (com uma quota de 30%, o que representa mais 91% de pedidos face ao ano anterior), e Lisboa, com uma quota de 18% e um aumento de 33% face a 2017.
Tomando como referência as cidades nacionais, a área metropolitana de Lisboa lidera com 26 pedidos de patentes apresentados (uma quota de 12%), seguindo-se o Porto, com 23 pedidos registados, o que equivale a uma quota de 10%. 
O EPO emprega quase 7000 trabalhadores e é uma das maiores instituições de serviço público europeias. Com sede em Munique, tem escritórios em Berlim, Bruxelas, Haia e Viena. 

Crescimento dos pedidos de patentes portuguesas no IEP

TERESA SILVEIRA teresasilveira@vidaeconomica.pt, 22/03/2019
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