Prémio Start & Go distingue PME inovadoras;

Gestão, Internacionalização, Inovação e Empreendedorismo foram as categorias premiadas
Prémio Start & Go distingue PME inovadoras
Decorreu na passada semana, na Porto Business School, a cerimónia de entrega da 1ª edição dos Prémios Start & Go. Tendo como objetivo distinguir a vertente inovadora e empreendedora das Pequenas e Médias Empresas (PME), a iniciativa premiou o trabalho desenvolvido por cinco empresas nacionais nas categorias de Inovação, Internacionalização, Gestão e Startup.
 
Em declarações à ‘Vida Económica’, Mónica Monteiro explicou que o prémio tem por objetivo distinguir as “boas práticas” das empresas nacionais que, “pelos seus resultados, sejam fonte de inspiração para o restante tecido empresarial”. 
A responsável pela organização dos prémios Start & Go disse ainda que a avaliação foi realizada por uma comissão independente constituída por diferentes organizações “reconhecidas nas suas áreas de atuação, tal como a Sociedade Portuguesa de Inovação, a Associação Portuguesa para a Qualidade, a Porto Business School e a Quality for Excellence (Q4E). Quanto aos critérios na base da escolha dos vencedores, estes foram a qualidade dos projetos e os resultados alcançados.
Assegurando que, esta primeira edição dos prémios Start & Go foi um sucesso, Mónica Monteiro afirmou ainda que “dada a adesão e a importância de reconhecer estas empresas, que apesar das inúmeras dificuldades, continuam a inovar e empreender, estamos já a pensar na próxima edição a realizar em 2020”.
 
Lacovale recebeu prémio de Gestão
 
Procurando distinguir as empresas “com desempenho excecional, visão estratégica e sistemas de gestão que permitem melhorar continuadamente o seu desempenho”, o prémio de Gestão foi atribuído, nesta primeira edição, à Lacovale, empresa de referência no setor da metalomecânica.
Para Carla Soares, a conquista deste prémio representa “o reconhecimento das boas práticas e processos de gestão implementados, sendo mais um marco no percurso de consolidação e sucesso do grupo Lacovale”. Como tal, acrescenta, “qualquer prémio, distinção ou certificação são impulsionadores da nossa força e motivam-nos rumo ao sucesso”.
Lembrando que os maiores desafios com que as empresas se deparam são a “velocidade das mudanças tecnológicas que acontecem globalmente”, a diretora-geral da Lacovale afirmou que “as empresas precisam de conseguir acompanhar estas mudanças de forma balanceada, caso contrário, tal é insustentável”. Nesse sentido, “os incentivos ao investimento, os incentivos à formação, os incentivos à internacionalização são excelentes ferramentas que estão acessíveis e que são excelentes mais-valias ao desenvolvimento das empresas”. 
Carla Soares deixou ainda um conselho aos empresários e empreendedores. “Uma boa ideia não chega. Os negócios não são apenas ideias, mas sim a sua execução. E na base desta execução estão as pessoas, a base do nosso sucesso. A equipa Lacovale tem as pessoas certas com as competências necessárias para fazer funcionar o negócio. Este é o nosso maior valor”. 
 
Medbone e Partteam & Oemkiosks distinguidas na categoria da Internacionalização
 
Já na categoria de Internacionalização foram duas as empresas distinguidas: a Medbone e a Partteam & Oemkiosks.
Cláudia Ranito, CEO da Medbone, começa por dizer que tiveram conhecimento do Prémio Start & Go através da “Vida Económica”, e logo constataram que esta que seria uma “boa oportunidade de ver reconhecido o trabalho que a equipa realiza todos os dias”. “Trabalhamos com o principal objetivo da internacionalização e, por isso, sempre que uma entidade externa reconhece o nosso valor através da atribuição de um prémio, sentimos que estamos no caminho certo e que este é para continuar”. 
Assegurando que todos os “reconhecimentos são bem-vindos”, a responsável afirma, porém, que aqueles que estão relacionados à “internacionalização têm um significado especial”, pois “este tipo de distinção permite-nos simultaneamente ser reconhecidos no nosso país e mostrar lá fora que a Medbone é uma empresa de referência no desenvolvimento e fabrico de dispositivos médicos”. Há 11 anos atrás, quando iniciou a sua atividade, a empresa “já tinha em mente chegar aos quatro cantos do mundo”. Hoje, a Medbone exporta mais de 95% dos seus produtos para cerca de uma centena de países espalhados pelos cinco continentes. 
Questionada acerca dos maiores obstáculos com que a empresa se depara, Cláudia Ranito aponta a “burocracia, não só a nível nacional como internacional”. “Se queremos ser representados em todo o mundo, estamos sujeitos a regras bem distintas consoante o país com que lidamos, o que não é nada fácil, pois existem realidades muito díspares a nível mundial”. Ainda assim, a responsável lembra que “se partirmos do princípio de que o nosso objetivo é chegar a cada dia a um novo país, temos o incentivo suficiente para ultrapassar qualquer obstáculo que possa cruzar-se no nosso caminho. Inovar ou lamentar, a decisão é nossa, por isso optamos sempre por inovar”. 
 
“As ideias são para avançar”
 
A responsável deixa ainda um conselho aos empresários e empreendedores deste país: “as ideias são para avançar”. “Portugal conta, cada vez mais, com pessoas empreendedoras que constroem ideias inovadoras e novas soluções para os problemas do dia a dia. Precisamos ainda mais de pessoas assim, que acreditam e lutam pelas ideias que constroem. Podem e vão, com certeza, existir obstáculos, mas são esses mesmos obstáculos que fazem com que o cortar da meta tenha ainda mais sabor! É com as dificuldades que aprendemos a dar valor às conquistas e, por isso, devemos acreditar sempre em nós e nas ideias que queremos por prática. É este o primeiro passo para o sucesso de uma ideia vencedora. Nunca desistir e focar sempre o objetivo final. Mais cedo ou mais tarde, havemos de lá chegar!”, remata. 
Com 19 anos de atividade e mais de 12 500 unidades produzidas para 35 países, a Partteam & Oemkiosks, empresa nacional que se dedica ao desenvolvimento e fabrico de quiosques multimédia, tem apostado cada vez mais na sua expansão no mercado internacional.
A candidatura apresentada ao Prémio Start & Go, na categoria de Internacionalização, foi a procura de “reconhecimento pelo trabalho que temos desenvolvido”. Como tal, “a vitória significa para mim, e para toda a equipa, a certeza de que estamos no caminho certo e que vamos certamente continuar a apostar na expansão no mercado global”, salienta Miguel Soares. 
O CEO e fundador da Partteam & Oemkiosks admite que “gostaria, claramente, de ver menos burocracia nos processos, ver mais flexibilidade e agilidade e, sem dúvida nenhuma, gostaria de constatar, de uma vez por todas, que os negócios e projetos em Portugal se realizassem pelo valor dos produtos e das empresas, e não por questões de qualquer interesse externo ao negócio”.
Ainda assim, o empresário reconhece que também existem aspetos positivos. Em relação por exemplo aos incentivos, “compreendo que, em muitos casos, são as regras impostas internacionalmente que, adicionadas às dúvidas de casos ocorridos no passado de má utilização destes apoios, fazem com que o cumprimento dos pressupostos de investimento tenha de ser mais apertado. Contudo, não tenho dúvidas de que isto retira agilidade e eficácia às empresas que, de uma forma honesta, querem de facto alavancar os seus projetos, nomeadamente quando estamos a falar de um projeto com cariz de inovação, internacionalização ou de exportação”.
Desafiado a deixar uma mensagem aos empreendedores nacionais, Miguel Soares salienta que é essencial “ter um produto que seja possível comercializar a nível global e ter a certeza de que existe essa necessidade no mercado”. Porém, “é fundamental perceber se temos um produto com qualidade suficiente para lhe serem atribuídas mais-valias por parte dos clientes, que os levem a fazer a opção de compra a um fornecedor estrangeiro, ao invés de um fornecedor local”,  e assegurar que o produto “é competitivo em termos de preço com outros players que estejam sediados nos países onde queremos exportar”. Não obstante tudo isto, “é fundamental conhecer minimamente a realidade dos países para onde queremos exportar”, remata o responsável.
 
Evox foi a vencedora na categoria Inovação
 
Com apenas 3 anos de atividade, a Evox foi a vencedora na categoria de Inovação. Para a tecnológica, a atribuição deste prémio “é a consagração de uma aposta num caminho que pode ser muito duro para novas empresas e novos negócios em Portugal”, indicou à ‘Vida Económica’ Hélio Silva. Para o responsável, o prémio Start & Go é o “reconhecimento de muito trabalho e dedicação por parte de uma pequena equipa, mas com uma enorme capacidade de trabalho e de conhecimento”. 
Sendo uma empresa sedeada na região interior de Portugal, mais concretamente em Castelo Branco, os desafios são muitos. “Somos um país concentrado nas grandes metrópoles, o que dificulta o crescimento de empresas que pretendem manter-se sediadas no interior. No entanto, temos tentado fazer deste obstáculo uma oportunidade”. Para tal, “é necessário ter capacidade de resiliência e ousadia. É importante criarmos as parcerias certas e estarmos preparados para superar obstáculos”, afirma o responsável.
Considerando que este tipo de prémios “são uma oportunidade para validar o nosso trabalho e dar a conhecer aquilo que é feito em Portugal”, Hélio Silva diz ainda que estes eventos “permitem também momentos de partilha e, inclusivamente, de conhecimento de novos mercados e novas oportunidades de negócios ou parcerias”.
 
Categoria Startup premeia Fairmeals em Portugal
 
Já na categoria Startup a distinção coube ao projeto Fairmeals em Portugal. Segundo Carlos Pereira, Country Coordinator do projeto, “ser escolhido como um dos finalistas, e posteriormente como o vencedor da categoria Startups, dá-nos imenso orgulho e a certeza de que estamos no caminho certo”. Mais, “para nós, empreendedores, tais reconhecimentos e premiações trazem-nos muita confiança e, de uma certa forma, amenizam quaisquer dúvidas que possam existir sobre o caminho que escolhemos”. 
Lembrando que um dos desafios das PME é “ser reconhecida e conquistar notoriedade pelo desenvolvimento do seu trabalho” e tendo o Prémio Start & Go “grande visibilidade no meio académico e empresarial, pareceu-nos ser a oportunidade perfeita para alcançar esses objetivos”, assim como um “desafio que colocava à prova a nossa trajetória até o momento”, assume o responsável.
Para além destes cinco vencedores, foram ainda atribuídas menções honrosas a três empresas: AXFILIA, na categoria Internacionalização, e duas em Inovação – extraDIRECCIONAL e TOMI Portugal. 

Júri valorizou experiência profissional e percurso académico
Prémio Carreira foi atribuído a Miguel Franco

Com o trabalho desenvolvido por Miguel Franco, a Schmitt Elevadores tem vindo a aumentar a exportação de produtos e serviços.
 
A Start&GO distinguiu Miguel Franco, destacando o percurso profissional como diretor-geral e administrador da Schmitt Elevadores, e desde há um ano com o cargo de Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.
Na entrega do Prémio Carreira, João Luís de Sousa afirmou que Miguel Franco lidera através do seu exemplo. Começou com uma Licenciatura em Administração e Gestão de Empresas na Católica Porto Business School, e alguns anos depois já com a experiência na direção da Schmitt fez um MBA na Católica Lisbon School. E à Gestão acrescentou a Engenharia com uma Licenciatura no Instituto Superior de Engenharia do Porto e depois um Mestrado em Engenharia Eletrotécnica.
“Na qualidade de gestor e engenheiro e na condição permanente de “trabalhador estudante”, Miguel Franco dá o melhor exemplo à sua equipa e coloca numa posição de desconforto aqueles que consideram que já sabem bastante e que não têm tempo para aprender, desaprender e reaprender” – referiu o diretor adjunto da Vida Económica.
O crescimento da atividade da Schmitt Elevadores em contraciclo com a última crise económica foi destacado durante a apresentação do Prémio Carreira.
Em alternativa à solução tradicional da redução de postos de trabalho para responder à quebra da procura, Miguel Franco achou que seria possível deslocar temporariamente equipas de técnicos portugueses para projetos de instalação na Alemanha, algo que nunca fora feito antes na longa história do grupo. E, assim, conseguiu ultrapassar o período mais agudo da crise, sem despedir pessoas, e criando novas oportunidades para os técnicos da Schmitt.
“Ao fazer diferente, o Miguel Franco mostra que a missão de um líder não é seguir o caminho dos outros. É procurar o seu próprio caminho, seguindo a sua coragem e o seu instinto” – disse João Luís de Sousa.
Segundo referiu, a diferença está na capacidade em fazer a mudança com novos e melhores produtos e serviços para os clientes. “Está na capacidade em fazer a mudança positiva para a comunidade, em fazer a mudança para os empregados da Schmitt e para as suas famílias” – acrescentou João Luís de Sousa.
“É uma capacidade de mudança persistente mas discreta, sem valorizar a aparência nem o espetáculo, sem nunca confundir aquilo que é importante com o que não é importante.
A diferença está no sentido de propósito com que trabalha, mesmo que o propósito possa não ser evidente, nem fácil de atingir” – referiu João Luís de Sousa.



 Carla Soares, diretora-geral da Lacovale, recebeu o prémio Gestão. 


Miguel Soares, CEO e fundador da Partteam & Oemkiosks, premiado na Internacionalização. 



Hélio Silva, CEO da EVOX, que com apenas três anos de atividade, foi a vencedora na Inovação.



Carlos Pereira, Country Coordinator do projeto Fairmeals em Portugal, com distinção Startup.


FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 23/05/2019
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