Mais de metade das PME portuguesas sem regras de uso da frota automóvel
Mais de metade (57%) das PME portugueses não têm regras de gestão e utilização da frota automóvel, de acordo com o estudo da Arval estudo “Mobilidade nas PME portuguesas - O que precisam as empresas para apoio ao seu negócio?”. Gonçalo Cruz, responsável pelo CVO – “Corporate Vehicle Observatory” a em Portugal e responsável de marketing na filial portuguesa da Arval, salienta, em entrevista à “Vida Económica”, que a frota é “uma parte importante dos custos destas organizações e que tem a ver com a movimentação e/ou mobilidade das suas pessoas e das suas mercadorias”.
Vida Económica – Quais as principais conclusões do estudo “Mobilidade nas PME portuguesas? O que precisam as empresas para apoio ao seu negócio?”
Gonçalo Cruz – O que este estudo revela, essencialmente, é que, apesar de uma esmagadora maioria das PME (86%) afirmarem necessitar de soluções de mobilidade para apoiar a gestão do seu negócio, na realidade, esta vontade de mudança esbarra no facto de mais de metade delas (57% destas PME) não terem regras de gestão e utilização da sua frota automóvel, uma parte importante dos custos destas organizações e que tem a ver com a movimentação e/ou mobilidade das suas pessoas e das suas mercadorias. Ao vermos este contraste entre a necessidade de mudar e a prática de modelos de gestão enraizados, devemos, em primeiro lugar, alertar o gestor de uma micro, pequena ou média empresa que deve estar disponível para conhecer e experimentar as oportunidades de soluções que já existem no mercado e onde os especialistas em gestão de frotas da Arval poderão certamente prestar o seu contributo.
VE – Qual o peso da rubrica “gestão da frota automóvel” no balanço de resultados das nossas PME?
GC – Por norma, as despesas com viaturas representam o segundo custo mais elevado de uma empresa, logo a seguir aos recursos humanos, sendo que o custo com viaturas pode sofrer variações significativas pelo tipo de utilização que for feito. Apesar de o estudo não revelar dados concretos sobre esta questão, é interessante vermos que 51% das PME preferem pagar um pouco mais pelos seus alugueres de viaturas, tendo os serviços operacionais incluídos, ou seja, com maior controlo sobre os custos, enquanto 49% deste universo de empresas preferem que o aluguer só considere o custo do financiamento, não contemplando as outras despesas e, dessa forma, podendo perder-se o controlo sobre os custos totais com as viaturas da empresa e qual o peso real que a gestão da frota automóvel tem nos resultados da empresa.
VE – Quais os aspetos mais valorizados pelos gestores das nossas PME relativamente à gestão da frota automóvel?
GC – Sabemos que 57% das PME não tem critérios para a gestão e utilização das suas viaturas, no entanto, quando questionadas sobre os aspetos mais valorizados para a gestão das suas frotas, vemos uma vontade expressa, por 66% destas empresas, em aumentar a segurança e benefícios para os seus colaboradores que utilizam viaturas da empresa; que 64% das empresas quer baixar custos com viaturas; que 57% das PME querem diminuir o tempo despendido com a gestão da frota e, também, que 50% deste universo quer trocar as viaturas existentes por outras com menor consumo de combustível.
VE – As novas formas de uso automóvel (como o car-sharing, por exemplo) já despertam a atenção das PME?
GC – O estudo revela-nos uma oportunidade de progressão significativa de modelos de propulsão elétrica. Atualmente, apenas 3% das PME dizem utilizar viaturas elétricas e vemos que 14% destas empresasquerem utilizar viaturas elétricas nos próximos anos. Acreditamos, por isso, que há espaço de oportunidade e progressão para outros modelos de mobilidade, como seja o car-sharing, que por enquanto ainda não tem grande expressão.
VE – Que outros temas estiveram em debate na conferência Arena Fleet Show, que a Arval promoveu no início de maio?
GC – A conferência juntou uma centena de especialistas e atores da indústria automóvel e da gestão de frotas para debater o estado atual, as oportunidades e desafios que se colocam a todos os stakeholders e, principalmente, partilhar conhecimento e boas práticas, nacionais e internacionais, que ajudem a credibilizar e aumentar o mercado. Assim, tivemos pela primeira vez em Portugal um representante da Element Fleet Management, que veio partilhar a visão americana da gestão de frotas e as principais diferenças face ao mercado europeu; uma pré-apresentação em Portugal da plataforma de telemática Arval Active Link, onde o cuidado com os dados de privacidade do condutor são colocados em primeiro plano; uma reflexão sobre as transformações políticas e sociais que o mundo atravessa e o impacto das mesmas na atividade económica das empresas e, para finalizar, uma mesa- redonda, com a participação da BMW, da Toyota, da Nissan e do grupo PSA, que quiseram partilhar a sua visão sobre “O automóvel hoje e daqui a cinco anos”.
Gonçalo Cruz – O que este estudo revela, essencialmente, é que, apesar de uma esmagadora maioria das PME (86%) afirmarem necessitar de soluções de mobilidade para apoiar a gestão do seu negócio, na realidade, esta vontade de mudança esbarra no facto de mais de metade delas (57% destas PME) não terem regras de gestão e utilização da sua frota automóvel, uma parte importante dos custos destas organizações e que tem a ver com a movimentação e/ou mobilidade das suas pessoas e das suas mercadorias. Ao vermos este contraste entre a necessidade de mudar e a prática de modelos de gestão enraizados, devemos, em primeiro lugar, alertar o gestor de uma micro, pequena ou média empresa que deve estar disponível para conhecer e experimentar as oportunidades de soluções que já existem no mercado e onde os especialistas em gestão de frotas da Arval poderão certamente prestar o seu contributo.
VE – Qual o peso da rubrica “gestão da frota automóvel” no balanço de resultados das nossas PME?
GC – Por norma, as despesas com viaturas representam o segundo custo mais elevado de uma empresa, logo a seguir aos recursos humanos, sendo que o custo com viaturas pode sofrer variações significativas pelo tipo de utilização que for feito. Apesar de o estudo não revelar dados concretos sobre esta questão, é interessante vermos que 51% das PME preferem pagar um pouco mais pelos seus alugueres de viaturas, tendo os serviços operacionais incluídos, ou seja, com maior controlo sobre os custos, enquanto 49% deste universo de empresas preferem que o aluguer só considere o custo do financiamento, não contemplando as outras despesas e, dessa forma, podendo perder-se o controlo sobre os custos totais com as viaturas da empresa e qual o peso real que a gestão da frota automóvel tem nos resultados da empresa.
VE – Quais os aspetos mais valorizados pelos gestores das nossas PME relativamente à gestão da frota automóvel?
GC – Sabemos que 57% das PME não tem critérios para a gestão e utilização das suas viaturas, no entanto, quando questionadas sobre os aspetos mais valorizados para a gestão das suas frotas, vemos uma vontade expressa, por 66% destas empresas, em aumentar a segurança e benefícios para os seus colaboradores que utilizam viaturas da empresa; que 64% das empresas quer baixar custos com viaturas; que 57% das PME querem diminuir o tempo despendido com a gestão da frota e, também, que 50% deste universo quer trocar as viaturas existentes por outras com menor consumo de combustível.
VE – As novas formas de uso automóvel (como o car-sharing, por exemplo) já despertam a atenção das PME?
GC – O estudo revela-nos uma oportunidade de progressão significativa de modelos de propulsão elétrica. Atualmente, apenas 3% das PME dizem utilizar viaturas elétricas e vemos que 14% destas empresasquerem utilizar viaturas elétricas nos próximos anos. Acreditamos, por isso, que há espaço de oportunidade e progressão para outros modelos de mobilidade, como seja o car-sharing, que por enquanto ainda não tem grande expressão.
VE – Que outros temas estiveram em debate na conferência Arena Fleet Show, que a Arval promoveu no início de maio?
GC – A conferência juntou uma centena de especialistas e atores da indústria automóvel e da gestão de frotas para debater o estado atual, as oportunidades e desafios que se colocam a todos os stakeholders e, principalmente, partilhar conhecimento e boas práticas, nacionais e internacionais, que ajudem a credibilizar e aumentar o mercado. Assim, tivemos pela primeira vez em Portugal um representante da Element Fleet Management, que veio partilhar a visão americana da gestão de frotas e as principais diferenças face ao mercado europeu; uma pré-apresentação em Portugal da plataforma de telemática Arval Active Link, onde o cuidado com os dados de privacidade do condutor são colocados em primeiro plano; uma reflexão sobre as transformações políticas e sociais que o mundo atravessa e o impacto das mesmas na atividade económica das empresas e, para finalizar, uma mesa- redonda, com a participação da BMW, da Toyota, da Nissan e do grupo PSA, que quiseram partilhar a sua visão sobre “O automóvel hoje e daqui a cinco anos”.
Maioria das empresas escolhe o crédito
O estudo “Mobilidade nas PME portuguesas: O que precisam as empresas para o apoio ao seu negócio?”, realizado pelo CVO – Corporate Vehicle Observatory e apresentado no Arena Fleet Show, 71% das PME recorrem ao crédito para aquisição de viaturas, sendo que consideram esse financiamento como um investimento para o negócio. Por outro lado, apesar 47% das PME nacionais considerarem que o custo é o principal critério de escolha para a aquisição de uma viatura nova, as questões do consumo de combustível e da carga fiscal não parecem ser devidamente valorizadas: somente 17% dos gestores das PME dizem analisar os consumos médios das viaturas antes de decidir pela compra e somente 3% ponderam o peso da carga fiscal. Segurança e benefícios para os colaboradores, redução de custos e do tempo despendido com a gestão da frota são as principais necessidades referidas pelas PME. O estudo revela, ainda, que o principal motivo para a aquisição de viaturas é a necessidade de aumentar a frota automóvel, sendo que essa decisão é tomada, maioritariamente, pelo responsável máximo da organização. As principais alternativas de financiamento utilizadas são o crédito e o leasing, apesar de se notar uma quebra nestas modalidades, sendo que o aluguer operacional (renting) é, ainda, pouco capitalizado (somente 13% das empresas), com 47% das PME a desconhecerem esta possibilidade de financiamento. Apesar disso, o Aluguer Operacional é o modelo com menor taxa de abandono. Na esmagadora maioria dos casos – 80% – as viaturas de serviço são destinadas ao diretor geral / administrador, sendo que em 37% das situações, as viaturas são atribuídas às equipas comerciais. Por último, mais de metade dos empresários auscultados (51%) revelam estar dispostos a pagar um valor mais elevado por estarem protegidos de eventuais custos adicionais. |