Grupos estrangeiros estão a aumentar emprego em Portugal
Os centros de serviços de empresas estrangeiras deverão criar mais 10 mil postos de trabalho em Portugal nos próximos dois anos. A previsão foi feita por Philomène Dias, da AICEP, no decorrer de uma conferência organizada pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa.
Atualmente os centros de serviços empregam em Portugal 40 mil pessoas. O número de efetivos deve atingir 50 mil pessoas até 2020. No nosso país já estão instalados cerca de 100 centros de serviços partilhados de grandes empresas. De acordo com Philomène Dias, há um número crescente de grupos estrangeiros que escolhem Portugal para as suas atividades de centros de serviços partilhados, outsourcing de business process, gestão de business process e desenvolvimento de software. No ranking “Fortune 500” das maiores empresas do mundo, há sete empresas que já têm centros de serviços partilhados em Portugal.
Os investimentos mais recentes foram a Accenture, que acaba de abrir um novo centro de tecnologia em Braga, a Vestas, que instalou no Porto o seu novo centro de engenharia e I&D, e o banco francês Natixis, que criou também no Porto um centro de competências de TI.
A disponibilidade de recursos humanos qualificados, a qualidade das infraestruturas e a competitividade dos salários são alguns dos fatores que, segundo Philomène Dias, fazem de Portugal um local atrativo para as empresas estrangeiras.
As diferenças salariais tendem a diminuir. De acordo com o Eurostat, em Portugal o custo hora do trabalho no setor dos serviços é de J14,30/hora, estando abaixo da média de J25,8 na União Europeia, mas bem acima de países como a República Checa (J10,5) ou da Polónia (J8,5).
De acordo com alguns dos participantes do seminário organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, no emprego qualificado as diferenças salariais entre Portugal e França são inferiores à média global, e não justificam a deslocalização para Portugal se essa for a única vantagem. Nos empregos ligados às TI, as diferenças salariais entre Portugal e França rondam os 30%, tendo já em conta o peso dos encargos sociais.
Em teoria, os encargos sociais são muito mais altos em França, mas há cada vez mais regimes de taxas reduzidas para favorecer o emprego de jovens e apoiar os salários mais baixos.
Procura ultrapassa a oferta de pessoas
O aumento da presença de grupos estrangeiros nos centros de serviços partilhados tem determinado uma maior procura de profissionais com formação em TI, engenharia, gestão e com conhecimento de línguas, nomeadamente, o francês.
“Os grandes grupos têm feito a “aspiração” de profissionais no mercado de trabalho” – lamentou o representante de uma PME francesa. Segundo referiu, com a atual pressão na procura de pessoas qualificados, torna-se cada vez mais difícil às PME encontrar pessoas com o perfil que procuram.
O seminário foi organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa e teve por tema “Portugal, o novo hub para os centros de competências”. A abertura esteve a cargo de Carlos Aguiar, presidente da CCILF. O panorama do setor dos serviços partilhados foi o tema da intervenção de Félix Ribeiro, da Confederação de Comércio e Serviços.
Célia Reis, diretora-geral da Antran Portugal, abordou a competitividade do país para os centros de competências.
As oportunidades e desafios do mercado foram o tema do painel onde intervieram Pedro Duarte, da GFI Portugal, Sónia Figueirinhas, da La Redoute, Benoist Voidie, da Webhelp Porto, e João Salgueiro, da Thales Portugal. O debate foi moderado por Laurent Marionnet, diretor-geral da CCILF. Os impostos, fiscalidade e aspetos administrativos foram analisados por José Duarte, da Effigest.
Os investimentos mais recentes foram a Accenture, que acaba de abrir um novo centro de tecnologia em Braga, a Vestas, que instalou no Porto o seu novo centro de engenharia e I&D, e o banco francês Natixis, que criou também no Porto um centro de competências de TI.
A disponibilidade de recursos humanos qualificados, a qualidade das infraestruturas e a competitividade dos salários são alguns dos fatores que, segundo Philomène Dias, fazem de Portugal um local atrativo para as empresas estrangeiras.
As diferenças salariais tendem a diminuir. De acordo com o Eurostat, em Portugal o custo hora do trabalho no setor dos serviços é de J14,30/hora, estando abaixo da média de J25,8 na União Europeia, mas bem acima de países como a República Checa (J10,5) ou da Polónia (J8,5).
De acordo com alguns dos participantes do seminário organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, no emprego qualificado as diferenças salariais entre Portugal e França são inferiores à média global, e não justificam a deslocalização para Portugal se essa for a única vantagem. Nos empregos ligados às TI, as diferenças salariais entre Portugal e França rondam os 30%, tendo já em conta o peso dos encargos sociais.
Em teoria, os encargos sociais são muito mais altos em França, mas há cada vez mais regimes de taxas reduzidas para favorecer o emprego de jovens e apoiar os salários mais baixos.
Procura ultrapassa a oferta de pessoas
O aumento da presença de grupos estrangeiros nos centros de serviços partilhados tem determinado uma maior procura de profissionais com formação em TI, engenharia, gestão e com conhecimento de línguas, nomeadamente, o francês.
“Os grandes grupos têm feito a “aspiração” de profissionais no mercado de trabalho” – lamentou o representante de uma PME francesa. Segundo referiu, com a atual pressão na procura de pessoas qualificados, torna-se cada vez mais difícil às PME encontrar pessoas com o perfil que procuram.
O seminário foi organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa e teve por tema “Portugal, o novo hub para os centros de competências”. A abertura esteve a cargo de Carlos Aguiar, presidente da CCILF. O panorama do setor dos serviços partilhados foi o tema da intervenção de Félix Ribeiro, da Confederação de Comércio e Serviços.
Célia Reis, diretora-geral da Antran Portugal, abordou a competitividade do país para os centros de competências.
As oportunidades e desafios do mercado foram o tema do painel onde intervieram Pedro Duarte, da GFI Portugal, Sónia Figueirinhas, da La Redoute, Benoist Voidie, da Webhelp Porto, e João Salgueiro, da Thales Portugal. O debate foi moderado por Laurent Marionnet, diretor-geral da CCILF. Os impostos, fiscalidade e aspetos administrativos foram analisados por José Duarte, da Effigest.
Jorge Magalhães, diretor geral da Vestas, afirma
Vamos empregar centenas de engenheiros no Porto A Vestas vai recrutar este ano 80 engenheiros para o seu novo centro de I&D no Porto – afirma Jorge Magalhães. Em entrevista à “Vida Económica”, que será publicada na próxima edição, o responsável da Vestas revela que nos próximos dois anos serão admitidas várias centenas de pessoas. Segundo referiu, o Porto foi a localização escolhida, em alternativa a alguns países de Leste, com níveis salariais mais baixos. “O principal fator de escolha foram as universidades técnicas, que são mesmo muito boas” – disse. “Achamos que em Portugal a qualidade da engenharia nas áreas de mecânica, eletrotecnia e software é boa e permite recrutar os profissionais de que necessitamos” – acrescentou. |
Grupos franceses são dos mais ativos
Natixis: 2017 - criação do centro de competências TI (mais de 100 pessoas) Euronext: 2016 - criação do centro de competências TI (125 pessoas) Europcar: 2014 - criação do centro europeu de serviços partilhados na área financeira (340 pessoas) Armatis-lc: Em Portugal desde 2012 (mais de 2100 pessoas). Webhelp: Em Portugal desde 2015 (mais de 700 pessoas). |