Eletrificação do mercado automóvel atingirá 33% em 2040
A eletrificação do automóvel está em curso e atingirá 33% do mercado mundial em 2040, de acordo com a consultora IHS Markit. Aquela percentagem será, segundo a mesma fonte, composta por 19% de veículos 100% elétricos e 14% de híbridos plug-in (híbridos com motor a combustão, mas que podem funcionar em modo 100% elétrico, pois podem ser carregados na tomada).
Isto significa, portanto, que o petróleo ainda vai continuar “à espreita” nos tempos mais próximos. A consultora britânica prevê, portanto, que 81% dos automóveis vendidos continuem, em 2040, a usar um motor a combustão (os híbridos e híbridos plug-in têm motor a combustão).
Isto significa, portanto, que o petróleo ainda vai continuar “à espreita” nos tempos mais próximos. A consultora britânica prevê, portanto, que 81% dos automóveis vendidos continuem, em 2040, a usar um motor a combustão (os híbridos e híbridos plug-in têm motor a combustão).
As marcas não se surpreendem com a conclusão da análise da IHS Markit. “Os números sobre a evolução da mobilidade elétrica não surpreendem na medida em que se trata de previsões (de sentido absolutamente contrário a outras publicadas) e apenas devem ser encaradas enquanto tal”, disse à “Vida Económica” o diretor de comunicação da Renault Portugal, Ricardo Oliveira.
O mesmo responsável crê que Portugal acompanhará essa tendência. “Para o futuro próximo estamos crentes que a mobilidade elétrica continuará a crescer no mercado português”, indica.
Também João Seabra, diretor-geral da Kia Portugal, não revela grande supresa com as previsões da consultora. “A ‘eletrificação’ será feita lentamente à medida que a indústria tenha capacidade de produzir a preços razoáveis e que os governos dos vários países invistam na infraestrutura necessária a uma maciça utilização de veículos EV ou PHEV. Neste momento acho que o principal problema será mesmo as infraestruturas, pois as cidades do mundo não estão preparadas para esta revolução e não basta fazer discursos bonitos e dizer que se vai proibir a circulação é preciso também investir, e muito, em criar as condições necessárias à operação de milhões de veículos. Vai demorar algum tempo”, antecipa João Seabra ao nosso jornal.
O responsável pela Kia no nosso país acredita que Portugal acompanhará essa tendência, “mas sempre um pouco atrás” de outras nações. “É assim com tudo”, indica.
Menos veículos e mais quilometragem
A análise da IHS Markit antecipa que as vendas anuais de veículos para uso privado nos Estados Unidos, Europa, China e Índia diminuirão para 54 milhões em 2040, contra cerca de 80 milhões atualmente. Em contrapartida, a quilometragem anual deverá crescer, no mesmo período, 65%, para cerca de 17 mil milhões de quilómetros. Isso indicia que a procura por serviços de car-sharing e car-hailing irá aumentar bastante.
Também a tendência de menor venda de automóveis, com maior uso de plataformas de car-sharing e sistemas de car-hailing, deverá replicada no nosso país, de acordo com João Seabra. “Será progressivamente adotado pelo mercado em Portugal. Não há com evitar, são os sinais dos tempos”, indica.
Já Ricardo Oliveira vê essa realidade ainda um pouco distante no mercado luso. “Neste momento o mercado automóvel mundial continua a crescer e é expetável que assim se mantenha com o potencial de desenvolvimento económico de algumas regiões do globo e em particular de alguns países. É verdade que a discussão sobre as plataformas de mobilidade estão cada vez mais na ordem do dia, mas ainda não são uma realidade significativa”, defende.
Mais procura de petróleo
A IHS Markit prevê que em 2040 haja mais procura de petróleo no mercado mundial, não obstante haja menos carros vendidos. A consultora realça, porém, que essa procura será sobretudo para utilização fora dos transportes. A análise antecipa que a procura passe dos atuais 98 milhões de barris por dia para 115 milhões de barris por dia em 2040. Os analistas da IHS Markit afirmam-se surpreendidos com a previsão de aumento do consumo de petróleo, mas salientam que os automóveis representam apenas um terço da procura mundial de petróleo. |