Garantia mútua melhora acesso ao crédito nas PME
“As PME são mais resilientes e têm uma capacidade significativa para se regenerarem”, afirmou Pedro Seabra. O presidente da Comissão Executiva da Garval encerrou o fórum sobre criação de valor das empresas e referiu que as PME geraram em 2015 62,5% do valor acrescentado bruto no país enquanto 37,5% teve origem nas grandes empresas.
As empresas da região de Castelo Branco que participaram no painel do fórum não consideram difícil o acesso ao crédito. Para Pedro Seabra, o papel da Garantia Mútua tem contribuído na concessão de crédito às PME de forma determinante.
Na região de Castelo Branco e Portalegre, a Garval apoia mais 280 milhões de euros de investimento. As empresas têm sido acompanhadas a partir Santarém. “Mas está prevista a abertura de uma agência em Castelo Branco em 2018 para conseguirmos capitalizar o fator proximidade”, disse Pedro Seabra.
“Temos de ser exigentes no cumprimento dos nossos objetivos, na avaliação do crédito e prestar cada vez mais um melhor serviço às empresas, que ao mesmo tempo são os nossos maiores acionistas”, explicou.
Os bancos dispõem de uma plataforma online onde os gestores da maioria das linhas que envolvem garantia mútua carregam as candidaturas desde o início do processo. As candidaturas são integradas automaticamente no sistema de decisão das sociedades de garantia mútua.
Decisões devem ter em conta o passado e o futuro das empresas
“Nos dias de hoje, sabemos que o valor de uma empresa está muito condicionado pelos modelos de avaliação de risco das instituições financeiras, pelos seus sistemas de rating e pelo seu valor presente”, referiu Pedro Seabra.
Para além dos modelos existentes a ter em conta, os modelos de decisão de crédito devem incorporar devidamente a valia dos produtos das empresas, a viabilidade económica futura dos projetos, a capacidade de execução da gestão e dos próprios empresários. “Este é o nosso dilema na Garval, ao tentar incorporar o valor percebido por uma empresa no seu valor futuro. Mas não pode ser o único fator de decisão”, acrescentou.
Segundo o estudo do INE Empresas em Portugal, as PMEs geraram 62,5% do VAB no Pais em 2015, face a 37,5% gerado pelas grandes empresas. Em 2015 o VAB Criado pelas MPEs cresceu 6%, o mesmo que nas grandes empresas, sendo que este crescimento se decompõe de formas diferentes entre PMEs, e grandes empresas, quando verificamos que no caso das PMEs o excedente bruto de exploração cresceu 8%, e os custos com pessoal cresceram 4%, nas grandes empresas verificou se a proporção inversa, os custos com pessoal cresceram 7%, e o EBE cresceu 4%.
Adicionalmente o mesmo estudo diz nos também que as PMEs no período de pico da crise financeira, entre 2011 e 2012 caíram em VAB gerado mais de 20%, quando as grandes empresas no mesmo período caíram 6 % em VAB.
Estes números demonstram a maior estabilidade das grandes empresas, mas a maior resiliência das PMEs que sofrem mais em períodos de crise, mas também recuperam mais depressa, e geram a maior fatia de valor na nossa economia.
Nos dias de hoje, o valor de uma empresa está muito condicionado pelos modelos de avaliação de risco das Instituições financeiras, onde a garantia mutua se inclui, pelos seus sistemas de rating, sistemas de alertas, constantes, que por vezes estigmatizam as empresas, pelo valor presente das empresas.
É este o nosso dilema na Garval, tentar incorporar no valor atribuído a uma empresa, o seu valor futuro, dando a menor preponderância possível ao valor presente dos ativos e dos cash flows, e valorizando ao máximo a viabilidade e os fundamentos do seu projeto, a sua capacidade de execução, a valia do seu produto, a capacidade dos seus empresários em concretizar os projetos que nos apresentam.
Sinistralidade está abaixo da média
Uma procura de proximidade às empresas na sua abordagem ao mercado, orientada por uma equilibrada gestão de risco de crédito, tem vindo a revelar-se acertada para a Garval, comprovada pelo desempenho crescente no montante de garantias emitidas pela sociedade ao longo dos últimos anos, com níveis de execução de garantias sistematicamente decrescentes nos últimos 5 exercícios, com uma quebra acumulada superior a 80% desde 2013.
De acordo com o ultimo boletim estatístico do Banco de Portugal, o setor financeiro apresentava em novembro um rácio de 14,8% de crédito vencido no segmento de empresas , muito superior à taxa de sinistralidade histórica de sinistralidade na Garval, que no mesmo período de 2017 se fixava em de 6,35%.”
Adicionalmente, de acordo com a mesma publicação, o volume de crédito vivo ás empresas caiu até novembro de 2017 cerca de 2.9% face ao período homólogo, sendo que no mesmo período a carteira de garantias em vigor da Garval, teve um crescimento superior a 7%.