Lucros das empresas europeias crescem mais rapidamente que os das congéneres norte-americanas
Os lucros das empresas europeias progrediram mais rapidamente do que os das suas homólogas norte-americanas, no último trimestre do ano passado. O que pode levar a concluir que os analistas subestimam o seu potencial de crescimento, refere um estudo da Thomson Reuters. No período em análise, os ganhos combinados das empresas do índice dos valores europeus Stoxx 600 terão aumentado quase 17%, tendo sido feita uma revisão em alta, depois da apresentação de resultados de algumas das grandes empresas europeias.
O bom desempenho dos últimos três meses do ano passado, acima das previsões, vai continuar a suscitar o interesse dos investidores pelos ativos europeus. Aliás, para este ano, as previsões apontam para um crescimento dos lucros do Stoxx 600 na ordem dos nove pontos percentuais, mas há cada vez mais analistas a reverem as expetativas em alta, face aos mais recentes indicadores da economia europeia. Com efeito, há cada vez mais quem acredite que o crescimento da União se fique por aqui, tendo em conta que os resultados das grandes empresas do Velho Continente são sólidos, o que lhes dá margem para se expandirem, podendo o crescimento chegar aos 11%, numa visão moderada. Quanto aos resultados do último trimestre, o bom desempenho ter-se-á ficado a dever, em grande medida, ao sólido potencial de reduções de custos das empresas e à recuperação da economia mundial.
As empresas norte-americanas exploraram todas as oportunidades para realizarem economias, o que não se passou na Europa. Ou seja, as empresas europeias podem ir mais longe nesta área e reduzirem ainda mais os seus custos, sobretudo no que toca aos setores automóvel e dos bens de consumo duráveis. Apesar destes indicadores, será excessivo afirmar que os investidores vão deixar os Estados Unidos e virar-se para as empresas europeias. A redução da tributação em sede de IRC, nos Estados Unidos, deverá permitir que as suas empresas garantam lucros bastante superiores às das suas congéneres europeias. Os analistas esperam, em média, um aumento de mais de 19% nos lucros das empresas dos Estados Unidos. Há ainda que contar com as despesas em defesa e em projetos de infraestruturas. As empresas europeias a operar nos Estados Unidos vão beneficiar dos impostos mais baixos, mas a um nível bastante inferior das suas congéneres locais.