Fiat regressa a lugares de destaque em Portugal
Não há como não notar, a Fiat é das marcas que mais crescem em Portugal. Até maio foi a quarta marca mais vendida no mercado nacional, um lugar de onde estava arredada há muitos anos.
É verdade que os 1844 ligeiros matriculados pela marca (dados da Associação Automóvel de Portugal) em maio revelam estagnação (-0,3%) face ao mesmo mês do ano passado, mas as 8309 matrículas do acumulado de janeiro a maio representam um crescimento de 8,9% face ao período homólogo de 2017. A Fiat ficou, de resto, a escassas 253 unidades da Citroën, que, com 8562 matrículas de veículos fechou o pódio. De notar que a marca do “Double Chevron” (+15,1%) foi, de resto, a que mais cresceu entre as do “top” dez no acumulado do ano. A Citroën já é, porém, uma marca habituada a estes lugares, dos quais a Fiat esteve arredada nos últimos anos. Aliás, chegou, mesmo, a ficar fora do “top” dez há algum tempo.
A Renault manteve a posição de liderança até maio, com a Peugeot a segurar, também, a posição de vice-líder do mercado. O mercado português de automóveis ligeiros (veículos de passageiros e comerciais) aumentou 5,5% nos primeiros cinco meses de 2018, em comparação com o período homólogo do ano passado, para um total de 123 428 unidades. Em maio, o mercado teve uma subida mais branda, de 1,3% relativamente a igual mês do ano anterior, ascendendo a um total de 27 117 veículos ligeiros.
Frotas podem ter influência
Ao que tudo leva a crer, é pelo mercado frotista que a Fiat está a alicerçar a “escalada” do ranking nacional. Com efeito, a marca está nas mais recentes campanhas de três das maiores gestoras de frotas a operar em Portugal que estão a “piscar” o olho ao segmento dos particulares. Dos modelos dessas campanhas, só um não é Fiat… mas até é Alfa Romeo, outra marca do universo Fiat Chrysler Automobiles (FCA). De resto, nos últimos anos, o mercado de renting tem assumido um peso crescente na aquisição de automóveis em Portugal, tendo o número de viaturas entregues ao mercado em aluguer operacional crescido cerca de 76% entre 2012 e 2017. No último ano, um em cada oito automóveis foi adquirido através de aluguer operacional.
A LeasePlan, por exemplo, teve em curso no início de junho a campanha, entretanto, terminada, “Todo artilhado” (destinada, sobretudo, a clientes particulares, em que propunha o Fiat Punto 1.2 Easy S&S 69 cv (cinco portas) por 179 euros por mês e o Alfa Romeo Mito Twin Air Mito 0.9 de 105 cv (três portas) por 199 euros por mês (ambas as rendas já incluem IVA).
O contrato proposto na campanha tinha a duração de 36 meses e inclui 30 mil km (médio de 10 mil km por ano). Os valores mensais incluíam todos os serviços associados à utilização do automóvel: manutenção, seguro, pneus ilimitados, veículo de substituição, seguro de recondicionamento, assistência 24 horas e imposto único de circulação (IUC).
Mais ou menos pela mesma altura, a Finlog, gestora de frotas automóveis do grupo Salvador Caetano, lançou uma campanha em que oferece duas opções que dão mais flexibilidade ao renting automóvel, mas também associados À Fita. Uma junta o serviço da Uber ao renting automóvel e outra oferece, durantes alguns dias, uma viatura maior do que a contratada.
Na primeira opção, a Finlog combina uma solução de renting de um Fiat 500, por 198 euros por mês, com a oferta de 48 viagens Uber por ano (Cada viagem de Uber tem um limite máximo de cinco euros e pode ser “descontada” na aplicação através de um código promocional a enviar pela Finlog). A segunda opção é um renting em que o mesmo Fiat 500 pode ser trocado por outra viatura, durante 15 dias por ano, usados de forma consecutiva ou distribuída. Neste caso, a mensalidade é de 210 euros mensais. Ambas as opções incluem manutenção, assistência em viagem, seguro de danos próprios e 20 mil km durante um período de 24 meses.
O caso mais recente é o da Arval, que firmou uma parceria com o BPI. O acordo permite que o banco disponibilize, pela primeira vez, um produto de aluguer operacional automóvel nos seus balcões.
O BPI propõe aos clientes o Fiat 500 Lounge S&S, “normal” ou cabrio, com planos de 36, 48 ou 60 meses. No caso de um contrato de 48 meses e 10 000 km por ano para o Fiat 500 Lounge S&S “normal”, o valor mensal é de 197,7 euros.
Inclui manutenção, seguro, substituição e reparação de pneus, veículo de substituição, assistência 24 horas, IUC e outros benefícios. No final do contrato o cliente pode optar por devolver a viatura e escolher outra ou pela aquisição da mesma”, refere o comunicado conjunto.
Marca não respondeu
Ao trabalho de parcerias e consequente crescimento no mercado nacional não será alheio o trabalho Eduardo Antunes, nomeado em novembro de 2017 para Fleet & Corporate Business Sales Director do grupo FCA para Portugal.
O novo responsável pelo negócio de frotas das marcas Fiat, Alfa Romeo, Fiat Professional, Jeep e Abarth substituiu naquelas funções Pedro Serrador, que se manteve como quadro na empresa.
Eduardo Antunes chegou da Renault, marca onde estava desde 2001. A partir de 2011 e até abraçar o desafio na FCA, era responsável de frotas, gestoras frota, protocolos internacionais e marketing empresas da marca francesa no nosso país.
A “Vida Económica” tentou obter a posição da FCA Portugal sobre o desempenho no mercado luso, assim como saber quais os objetivos da Fiat para o que falta de 2018 no mercado luso e, até, saber se “assalto” ao top 3 pode ser uma realidade. Apesar da insistência, através de vários contactos telefónicos e e-mails, não obtivemos, até ao fecho deste artigo, qualquer resposta do diretor de relações externas e comunicação da FCA Portugal, Sérgio Martins.
Parceria com LeasePlan na Europa A aposta da FCA no renting não é caso único em Portugal. Com efeito, o grupo anunciou uma parceria com a LeasePlan em vários mercados europeus, entre os quais o nosso país. Áustria, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Hungria, Noruega, Polónia, Eslováquia, Suécia e Suíça são as restantes nações abrangidas.
Segundo o que foi acordado, a LeasePlan é agora o parceiro preferencial da rede de concessionárias europeias da FCA, nos mercados onde a FCA não tem operações próprias, oferecendo as soluções de renting da LeasePlan aos clientes da FCA. Um dos principais focos da parceria será o segmento das PME, um segmento que se encontra em rápido crescimento.
Ao contrário dos tradicionais acordos de marca branca, a parceria LeasePlan-FCA baseia-se num modelo de referência através do qual a FCA fornecerá os veículos aos clientes, com o serviço de renting a ser gerido diretamente pela LeasePlan.
Esta é a primeira parceria deste tipo para a LeasePlan com um dos grandes fabricantes europeus.
|