Indústria têxtil e vestuário está a conquistar o seu futuro
“Da tradição se fez futuro – 30 anos de indústria têxtil portuguesa” é o título do novo livro de Paulo Vaz, editado pela “Vida Económica”, que acaba de ser apresentado no Edifício da Alfândega, no Porto.
Na sessão de lançamento, que contou com a participação do ministro da Economia, Paulo Vaz destacou a evolução da indústria têxtil nos últimos 30 anos. “Foram três décadas cheias e intensas que me fizeram crescer como pessoa e profissional, plenas de realizações compensadoras, mas também de alguns momentos de angústia e desalento, não fosse a vida – todas as vidas – feita desta matéria”, afirmou. Para Paulo Vaz, o balanço nesta indústria é claramente positivo: “Vi o setor têxtil e vestuário português crescer e declinar, e, finalmente, ressurgir, renovado, revigorado, motivado e preparado para enfrentar o futuro, porque o deseja fazer melhor. Talvez baste isto para dizer que valeu a pena, mesmo que, para mim, o que me está para vir será certamente menos daquilo que já foi. É a ordem natural das coisas e ainda bem que assim é” – acrescentou.
Para Paulo Vaz, o livro de crónicas que acaba de lançar pode ser um contributo para que alguém, um dia, venha a contar a história moderna desta indústria, de maneira que todos os que nela participaram – empresas e instituições, empresários e quadros, profissionais desta atividade em geral – possam ser lembrados e honrados por esse facto, para que o país lhes reconheça finalmente o mérito, mesmo que não consiga ainda agradecer-lhes devidamente pelo significativo papel na sua salvação, não por uma, mas por diversas vezes.
Pensar à frente
“A intervenção de Paulo Vaz foi muito para além da sua especial ligação a esse setor, também ele já de si muito especial” – afirmou Paulo Nunes de Almeida. “Foi uma intervenção cívica, que se alargou a muitos outros domínios, contribuindo para um Portugal mais desenvolvido, mais moderno, mais culto e mais solidário” – referiu o presidente da AEP.
“Teria sido mais fácil para ele resumir a sua atividade àquilo que a sua função profissional exigiria. Nada mais. Mas não, tem assumido sempre uma postura participativa, interventiva, crítica, direi mesmo rebelde. Tem sabido pensar à frente, antecipando as mudanças, projetando o futuro, como agora podemos confirmar nos escritos que estão datados” – destacou o presidente da AEP.
“Pessoalmente, tive o gosto de com ele ter privado muito de perto nos últimos anos, durante o período 2003-2008, em que assumi as funções de Presidente da “ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal”, e, posteriormente, em projetos que temos partilhado. Tenho, portanto, essa grande vantagem de, para além de leitor assíduo e atento dos seus textos, ter podido beneficiar dos grandes traços da sua personalidade: profissionalismo, rigor, intuição e coragem. Mas, para além disso, tenho contado com a sua amizade, que, mais do que ser vertida em crónicas, é traduzida em atos de solidariedade e cumplicidade” – acrescentou Paulo Nunes de Almeida.
Apostas na renovação da indústria têxtil
“Conheci o Paulo na Faculdade. Os dois cursámos Direito na mesma época, na Católica do Porto. E os dois, pouco depois, mergulhámos no vibrante mundo do associativismo empresarial. O Paulo sempre na área do têxtil, eu na ANJE, de onde achei melhor sair quando alguns dos associados começaram a chamar-me Tio!” – disse António Souza-Cardoso. O empresário e presidente da AGAVI afirmou que, como tinha pregado empreendedorismo a vida toda, fez a “loucura” de se tornar empreendedor. “O Paulo Vaz continuou a somar anos e vitórias, numa teimosa e abnegada insistência de fazer vingar um setor que teve tantas “mortes anunciadas”, disse.
“Foi, nesta primeira dimensão profissional, um Homem Raro – pelo elevado sentido de dedicação e compromisso, pela forma desabrida, corajosa e despegada como lutou contra os muitos coveiros do setor. Pela forma entusiástica e empolgante com que ajudou a renovar, a recriar, a refazer, a inovar… Não serei excessivo se disser que o sucesso presente da ITV, em Portugal, deve-se a meia dúzia de intrépidos guerreiros que acreditaram sempre e, contra ventos e marés, ajudaram a orientar as políticas públicas e a estimular a iniciativa privada. No topo desta lista está certamente o Paulo Vaz, que, pelo tributo que deu, fica credor permanente do agradecimento e da homenagem do setor têxtil e da economia portuguesa” – salientou António Souza-Cardoso.
“A segunda dimensão do Paulo é a dimensão humana, que aprendi a admirar e respeitar. É, outra vez, um Homem Raro – pelo conhecimento, pela mundividência, pela integridade, pela inteligência, por tudo quanto faz de alguém, como dizia Pessoa, “um Homem Inteiro”!
Na terceira dimensão, a de Amigo, o Paulo insiste em ser um Homem Raro. Pela lealdade, pela disponibilidade, pelo bom conselho, pela proximidade, pelo afeto, por aqueles olhos que riem e nos enternecem nas boas tertúlias que temos vivido” – afirmou.
“Pelo conhecimento, pela capacidade de ler o tempo e o espaço, pela visão global que tem das pessoas e das coisas, pelo pensamento quase metafísico, pela ponderação e análise sincrética e prospetiva, o Paulo é, mais uma vez, um Homem Raro! Alguém que, num passado e num presente cheio de incertezas, consegue antecipar o que há de mais imprevisível no futuro” – acrescentou.