Empresas portuguesas devem apostar no e-commerce
A aposta das empresas na transformação digital, a dificuldade de contratação de pessoas por parte das empresas e a falta de investimento foram os temas da intervenção de José Manuel Fernandes na Gala da AEBA – Associação Empresarial do Baixo Ave.
“Cada vez mais o comércio tem de ter força de agrupamento e de exposição em plataformas digitais, para gerar oferta para o espaço global da internet. No ano passado, as vendas pela internet no nosso país cresceram em 28%” – afirmou José Manuel Fernandes. “Não é fácil contrariar os consumidores para comprar no comércio local em alternativa aos grandes centros comerciais. Mas é mais fácil e convidativo o comerciante colocar os seus produtos e serviços numa plataforma digital e entrar em casa dos clientes com as suas ofertas” - acrescentou.
José Manuel Fernandes revelou que, no início do ano, a AEBA vai fazer um seminário sobre plataformas no comércio digital, ou seja, como vender através da internet como um modelo para todos. Em simultâneo, a AEBA irá abordar e alertar as empresas para temas de segurança dos sistemas informáticos.
Acolhimento de emigrantes pode melhorar oferta
no mercado de trabalho
O elevado custo da energia é um fator de preocupação para as empresas – afirmou o presidente da AEBA. Os preços praticados em Portugal para as várias fontes de energia colocam as empresas numa posição desfavorável.
José Fernandes alertou também para a escassez de oferta no mercado de trabalho. Segundo referiu, faltam recursos humanos quer qualificados quer pré-qualificados para o crescimento e resposta das empresas aos seus compromissos de investimento e com os mercados.
“Parte da solução, que tarda, está no acolhimento de emigrantes, e isto ligado a políticas de integração para quem queira trabalhar no nosso país e nunca em sistemas cegos de proteger por proteger quem vem para cá viver à custa dos impostos pagos por quem trabalha ou deixados para aí à sua sorte pessoal, por incapacidade de gestão correta do sistema que os acolhe. Acreditamos que o MT-IEFP tem um espaço para intervir que é da sua responsabilidade” – disse José Manuel Fernandes.
Variante à EN 14 continua adiada
Sobre o desenvolvimento da região do Baixo Ave, José Manuel Fernandes lamentou “a tragicomédia que estamos a viver a propósito da variante à EN14”. O adiamento da variante põe em causa a qualidade de vida e a atividade das numerosas empresas da região.
“É inadmissível o que se está a passar e a falta de sensibilidade do Governo para com uma região que é das que mais geram riqueza para o país” – afirmou. O Governo tem justificado este bloqueio com as políticas de Bruxelas e o controle do défice. Entretanto, o adiamento também está a ser atribuído ao Estudo de Impacto Ambiental da travessia do rio Ave.
“Isto só traduz, em nosso entender, falta de visão sobre investimento público rentável para a Região e para o País e a indiferença perante um problema gravíssimo” – acrescentou o presidente da AEBA.
Para José Manuel Fernandes, a densidade de população e de empresas na região justificam o alargamento da rede do Metro à Trofa e a Famalicão. “Para nós, não é de forma alguma um projeto substituído pelo andante da CP que foi uma grande conquista. A AEBA entende que a atividade económica na região carece deste importante equipamento para que os que se deslocam para a Trofa e limítrofes deixem o carro em casa, tenham melhor qualidade de vida, redução de custos, menos poluição pela libertação de CO2 e, assim, apoio ao desenvolvimento da economia local e mobilidade para o trabalho” - referiu.