CES considera que se poderia ter ido mais longe no salário mínimo
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia de Campos, considera que a discussão salarial tem sido insuficiente, defendendo que teria sido possível ir mais longe no salário mínimo. “Apesar da ligeira retoma nominal dos salários, em 2017, a sua evolução real continua a ser modesta”, de acordo com o ex-ministro da Saúde.
“A evolução salarial tem sido insuficientemente abordada no debate económico. A redução das remunerações entre 2010 e 2017 foi drástica, de 7%, sem que agora esteja a ser atenuada, apesar do melhor desempenho da economia”. Entre 2014 e 2017, o crescimento acumulado dos salários nominais “foi de apenas 0,54%”, adianta. Para o presidente do CES, também o aumento do salário mínimo nacional, de 580 euros, em 2018, para 600 euros, em 2019 ficou aquém do que seria desejável. E refere a este propósito: “Teria sido possível ir mais longe na fixação da RMMG (Remuneração Mínima Mensal Garantida), como era proposto pelas associações sindicais e como chegou a ser admitido por algumas associações empresariais.” Teria ainda constituído um forte incentivo à procura de formação ao longo da vida por empresas e trabalhadores que praticam ou recebem retribuições no segundo e terceiro quartis da distribuição salarial.
Correia de Campos alerta para o potencial aumento da conflitualidade social. Argumenta a este propósito o presidente do CES: “A recuperação de rendimentos resultante de eficazes medidas de política e do bom desempenho da economia contrasta com a deterioração crescente do clima social, medida pelo número de greves ocorridas em entidades empresariais de natureza pública.” O conflito social poderá também agravar-se, tendo em conta que se aproxima um período de eleições. Aliás, esta situação reflete-se ao nível da concertação social, em que se torna mais difícil chegar a consensos. “Acordos de governação normalmente precludem acordos sociais, conduzindo a concertação ao risco de redundância”, na opinião de Correia de Campos.
Correia de Campos alerta para o potencial aumento da conflitualidade social. Argumenta a este propósito o presidente do CES: “A recuperação de rendimentos resultante de eficazes medidas de política e do bom desempenho da economia contrasta com a deterioração crescente do clima social, medida pelo número de greves ocorridas em entidades empresariais de natureza pública.” O conflito social poderá também agravar-se, tendo em conta que se aproxima um período de eleições. Aliás, esta situação reflete-se ao nível da concertação social, em que se torna mais difícil chegar a consensos. “Acordos de governação normalmente precludem acordos sociais, conduzindo a concertação ao risco de redundância”, na opinião de Correia de Campos.