Novas regras garantem maior credibilidade ao setor da auditoria
As novas regras tornaram as auditorias mais proativas e o setor garantiu condições de maior credibilidade e capacidade de resposta, de acordo com Paulo Gil André, managing partner da Baker Tilly Portugal, em entrevista da responsabilidade editorial da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC). No entanto, alerta que os preços no mercado nacional estão desajustados, com os clientes e auditores a apostarem em preços que podem colocar em causa a qualidade dos serviços.
A realidade é que existem novos desafios a que os profissionais têm de estar muito atentos, como são os casos da transformação digital e da regulamentação, que representam um forte impacto nos processos e modelos da atividade. “A auditoria deixa de ter foco exclusivo na contabilidade e nos impostos e passa a centrar-se no controlo interno e nos riscos, bem como na divulgação de informação relevante. Há que compreender a evolução das estratégias de negócio dos clientes e os seus riscos.” Por sua vez, a automatização das operações e a quantidade de dados introduzem novas abordagens.
O responsável da Baker Tilly aponta as novas ferramentas de análises de dados que identificam correlações e tendências em séries de períodos alargados. “As análises tradicionais de amostras são substituídas por testes que percorrem todo o universo objeto de análise. As equipas de auditoria são, simultaneamente, consultores – não porque desenham ou implementam novos sistemas e processos –, porque tendo acesso às melhores práticas e a uma diversidade de organizações podem fazer benchmark e propor as melhores soluções para eliminar erros e falhas e apresentar sugestões de melhoria”, explica Paulo Gil André.
A auditoria está, efetivamente, num processo de mudança. Ao nível do relato de auditoria, e quanto às entidades de interesse público, passou a incluir uma descrição dos riscos de distorção material mais significativos, como a fraude. Inclui ainda um resumo da resposta do auditor aos riscos identificados. Por sua vez, a fiscalização tornou-se mais efetiva, para um leque mais alargado de sociedades. “O revisor oficial de contas tem agora de reportar de forma mais detalhada para o conselho fiscal, emitindo um relatório detalhado sobre âmbito de atuação, níveis de maturidade, áreas de risco, independência, entre vários outros aspetos. A novidade faz pensar fora da caixa e incentiva novas abordagens”, segundo o profissional.
Nível de preços desadequado
Paulo Gil André considera que o nível de preços praticado no mercado português está desajustado relativamente à maior complexidade das operações, à rapidez de resposta e reforço de responsabilidade dos auditores. “Em países mais exigentes, os preços ajustaram-se em alta para acomodar estes desafios. Em Portugal, muitos clientes e auditores ainda apostam em preços inaceitáveis, em detrimento da qualidade do serviço disponibilizado. Honorários mínimos são contrários a um clima de concorrência, mas o papel de interesse público que os auditores assumem só pode ser defendido com honorários justos.”
Entretanto, com a reforma europeia, o responsável da Baker Tilly defende que o setor ganhou condições de maior credibilidade e capacidade multidisciplinar de responder aos maiores desafios e complexidade crescente do ambiente que é objeto das suas análises. “A celeridade de resposta é um desafio crescente que exige planeamento e domínio dos sistemas de informação. As competências base incluem também pensamento estratégico, conhecimento do negócio, espírito crítico, criatividade e análise de dados. Estes desafios impõem uma mudança do atual modelo de negócio, passando de um modelo de preço baseado em número de horas incorridas e em taxas horárias para um modelo assente no valor acrescentado de serviços.”
A Baker Tilly tem desenvolvido esforços para acompanhar estas alterações. Assim, passou a trabalhar de forma mais integrada. Foram constituídas equipas técnicas regionais, que suportam tecnicamente os projetos, atualizam e ministram formação sobre as normas internacionais de auditoria, as IFRS e os já referidos novos desafios.
O responsável da Baker Tilly aponta as novas ferramentas de análises de dados que identificam correlações e tendências em séries de períodos alargados. “As análises tradicionais de amostras são substituídas por testes que percorrem todo o universo objeto de análise. As equipas de auditoria são, simultaneamente, consultores – não porque desenham ou implementam novos sistemas e processos –, porque tendo acesso às melhores práticas e a uma diversidade de organizações podem fazer benchmark e propor as melhores soluções para eliminar erros e falhas e apresentar sugestões de melhoria”, explica Paulo Gil André.
A auditoria está, efetivamente, num processo de mudança. Ao nível do relato de auditoria, e quanto às entidades de interesse público, passou a incluir uma descrição dos riscos de distorção material mais significativos, como a fraude. Inclui ainda um resumo da resposta do auditor aos riscos identificados. Por sua vez, a fiscalização tornou-se mais efetiva, para um leque mais alargado de sociedades. “O revisor oficial de contas tem agora de reportar de forma mais detalhada para o conselho fiscal, emitindo um relatório detalhado sobre âmbito de atuação, níveis de maturidade, áreas de risco, independência, entre vários outros aspetos. A novidade faz pensar fora da caixa e incentiva novas abordagens”, segundo o profissional.
Nível de preços desadequado
Paulo Gil André considera que o nível de preços praticado no mercado português está desajustado relativamente à maior complexidade das operações, à rapidez de resposta e reforço de responsabilidade dos auditores. “Em países mais exigentes, os preços ajustaram-se em alta para acomodar estes desafios. Em Portugal, muitos clientes e auditores ainda apostam em preços inaceitáveis, em detrimento da qualidade do serviço disponibilizado. Honorários mínimos são contrários a um clima de concorrência, mas o papel de interesse público que os auditores assumem só pode ser defendido com honorários justos.”
Entretanto, com a reforma europeia, o responsável da Baker Tilly defende que o setor ganhou condições de maior credibilidade e capacidade multidisciplinar de responder aos maiores desafios e complexidade crescente do ambiente que é objeto das suas análises. “A celeridade de resposta é um desafio crescente que exige planeamento e domínio dos sistemas de informação. As competências base incluem também pensamento estratégico, conhecimento do negócio, espírito crítico, criatividade e análise de dados. Estes desafios impõem uma mudança do atual modelo de negócio, passando de um modelo de preço baseado em número de horas incorridas e em taxas horárias para um modelo assente no valor acrescentado de serviços.”
A Baker Tilly tem desenvolvido esforços para acompanhar estas alterações. Assim, passou a trabalhar de forma mais integrada. Foram constituídas equipas técnicas regionais, que suportam tecnicamente os projetos, atualizam e ministram formação sobre as normas internacionais de auditoria, as IFRS e os já referidos novos desafios.