Revisores oficiais de contas têm de estar abertos a novos conceitos e ferramentas
Os revisores oficiais de contas não são exceção à regra. “É decisivo estarem abertos à pluralidade das ferramentas e dos conceitos sofisticados e do modo como a economia e a sociedade estão a evoluir de forma exponencial”, referiu o bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), José Rodrigues de Jesus, na sessão de abertura do congresso destes profissionais. Cabe aos ROC tirar proveito dessa evolução.
O bastonário considera que existe possibilidade de os profissionais progredirem por “saltos geométricos, trepando alguns degraus de uma só vez, libertos de um percurso incremental. Este aspeto, aliás, tem sido enaltecido nos vários trabalhos atinentes à era digital”. No entanto, tal percurso não pode ser feito atomicamente, tanto na prossecução da qualidade como no uso de instrumentos de trabalho. Adiantou a este propósito: “Os instrumentos logísticos ao dispor não são – ou ainda não são, pelo menos em geral – suficientemente económicos em ambientes de escassa utilização, mas os revisores são capazes de encontrar formas de cooperação que lhes permitam o uso partilhado de plataformas adequadas. Têm de estar dispostos a isso, devendo pedir o apoio dos colegas inscritos nos últimos 15 anos, admitindo que tenham de alargar a capacidade produtiva.”
Referia-se o bastonário aos revisores que atuam em escala mais reduzida, designadamente em prática individual ou em pequenas sociedades, modelo que eventualmente se coaduna com a textura da maioria das empresas e entidades do setor público, que têm também dimensões limitadas, mas considerando igualmente imprescindível a colaboração das e nas entidades de maior porte. “Desejamos estar à frente no quadro em que temos de brilhar positivamente, o da governação das entidades públicas e privadas. A auditoria, com a autonomia e a independência a que tem legitimamente de arrogar-se, terá de ser um elemento importante de governação e, o que é fundamental, tem de ser vista como tal.”
Para o bastonário, não restam dúvidas que os revisores estão no ponto terminal da credibilidade da informação financeira, sendo que a mesma está condicionada pelo comportamento da gestão e do interesse manifestado pelos diversos intervenientes no processo das respetivas entidades.
Evolução constante e positiva
O bastonário da OROC disse ainda que não estavam esquecidos os temas que afligem os profissionais quanto às suas necessidades de afirmação. “Deve referir-se que nada ajuda a melhorar a condição a penitência contínua, quando se sabe que a evolução é constante e positiva, tanto em termos de qualidade do trabalho final como da habilitação profissional nos domínios da formação e da idoneidade, bem como das práticas técnicas e comportamentais, tendo de se sublinhar a permanente contribuição da Ordem, dos supervisores e da sociedade em geral.”
José Rodrigues de Jesus fez questão de citar o número 80 do anexo 2 do suplemento ao Manual das Normas de Auditoria e outras: “Em ambientes em que a profissão de auditoria não é respeitada nem lhe é dada autoridade apropriada, os auditores estarão numa posição mais fraca relativamente aos órgãos de gestão. Em ambientes em que a profissão é respeitada ou lhe é conferida a autoridade apropriada através dos mecanismos relevantes, será mais fácil aos auditores demonstrarem ceticismo profissional e realizarem auditorias robustas.”
Durante o XIII Congresso da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas foram debatidos os principais temas que colocam desafios e/ou oportunidades para os profissionais. Entre esses temas, contaram-se o desenvolvimento e as novas tecnologias, o governo das sociedades, a cibersegurança e a globalização e, ainda, as tecnologias de informação para a auditoria, bem como mercados, pessoas e informação.
Apresentação do Plano de Atividades
A OROC apresentou o seu Plano de Atividades para o próximo anos o qual se carateriza pela continuidade. Importa ter em conta as ações prioritárias, como a emissão ou a revisão de orientações técnicas, face à harmonização com as normas e as orientações técnicas internacionais relevantes. Também serão propostas ações de formação aos revisores oficiais de contas sobre as Normas Internacionais de Auditoria e sobre aspetos práticos de algumas ISA. Por outro lado, a Ordem pretende dinamizar o sítio na internet, através de uma mais constante atualização dos conteúdos, através de uma mais fácil integração com os profissionais e uma melhor imagem pública da instituição.
Uma outra preocupação passa por acompanhar as tendências e os requisitos exigidos internacionalmente e a nível nacional na área da contabilidade e do relato financeiro, em coordenação com a Comissão de Normalização Contabilística (CNC). Neste âmbito, importa acompanhar as alterações na legislação fiscal, com vista a emitir recomendações/orientações para os ROC que se considerem pertinentes.
O ano 2020 ficará marcado pela oferta de ações de formação nas áreas tradicionais relevantes para os revisores. Mas é clara a tendência de alargamento de ofertas de formação à distância. Pelo que estão a ser desenvolvidos novos cursos que deverão ser lançados no ano que vem. Por sua vez, a Ordem acentuará a monitorização das ações de formação por si realizadas, com destaque para os assuntos abordados, bem como para a qualidade dos materiais e dos formadores.
Quanto ao processo sistemático de monitorização do grau de cumprimento dos requisitos de formação contínua, previstos no Regulamento de Formação Profissional dos ROC, o plano pretende que seja um exercício marcado por uma forte simplificação do processo, com recurso a informação recolhida e processada informaticamente.
Atividade da Comissão de Inscrição
A atividade da Comissão de Inscrição continuará a confrontar-se com os desafios de apoio à inscrição de novos ROC e aos requisitos inerentes às alterações societárias das SROC, sendo importante a articulação com os serviços da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), responsáveis pela supervisão da auditoria, no sentido de assegurar procedimentos consistentes entre as duas entidades. A atividade da referida comissão de inscrição procurará acompanhar as necessidades sentidas pelos membros da Ordem e também a necessidade de articular a sua intervenção com as competências que passaram a ser também acometidas à CMVM.
Ao longo do ano serão realizadas as quatro provas escritas no novo Regulamento de Exame e Inscrição. Serão ainda realizadas, em duas épocas, as provas orais de candidatos que tenham concluído a totalidade das provas escritas. A Ordem garante que continuará a ser assegurada a adequada independência entre as matérias abordadas no Curso de Preparação e o conteúdo das provas de exame. Para o efeito, promover-se-á a troca de informações entre os formadores e os coordenadores dos módulos de matérias de exame, aquando da preparação dos enunciados das provas escritas.
Finalmente, cabe à Comissão de Estágio assegurar a coordenação e o enquadramento normativo dos estágios que decorrerem, quer ao abrigo do atual regime, quer do regime transitório. A atividade da Comissão abrangerá o exercício das competências prevista no Regulamento de Estágio, incluindo a apreciação dos relatórios ou a tomada de decisão sobre requerimento dos estagiários.
Referia-se o bastonário aos revisores que atuam em escala mais reduzida, designadamente em prática individual ou em pequenas sociedades, modelo que eventualmente se coaduna com a textura da maioria das empresas e entidades do setor público, que têm também dimensões limitadas, mas considerando igualmente imprescindível a colaboração das e nas entidades de maior porte. “Desejamos estar à frente no quadro em que temos de brilhar positivamente, o da governação das entidades públicas e privadas. A auditoria, com a autonomia e a independência a que tem legitimamente de arrogar-se, terá de ser um elemento importante de governação e, o que é fundamental, tem de ser vista como tal.”
Para o bastonário, não restam dúvidas que os revisores estão no ponto terminal da credibilidade da informação financeira, sendo que a mesma está condicionada pelo comportamento da gestão e do interesse manifestado pelos diversos intervenientes no processo das respetivas entidades.
Evolução constante e positiva
O bastonário da OROC disse ainda que não estavam esquecidos os temas que afligem os profissionais quanto às suas necessidades de afirmação. “Deve referir-se que nada ajuda a melhorar a condição a penitência contínua, quando se sabe que a evolução é constante e positiva, tanto em termos de qualidade do trabalho final como da habilitação profissional nos domínios da formação e da idoneidade, bem como das práticas técnicas e comportamentais, tendo de se sublinhar a permanente contribuição da Ordem, dos supervisores e da sociedade em geral.”
José Rodrigues de Jesus fez questão de citar o número 80 do anexo 2 do suplemento ao Manual das Normas de Auditoria e outras: “Em ambientes em que a profissão de auditoria não é respeitada nem lhe é dada autoridade apropriada, os auditores estarão numa posição mais fraca relativamente aos órgãos de gestão. Em ambientes em que a profissão é respeitada ou lhe é conferida a autoridade apropriada através dos mecanismos relevantes, será mais fácil aos auditores demonstrarem ceticismo profissional e realizarem auditorias robustas.”
Durante o XIII Congresso da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas foram debatidos os principais temas que colocam desafios e/ou oportunidades para os profissionais. Entre esses temas, contaram-se o desenvolvimento e as novas tecnologias, o governo das sociedades, a cibersegurança e a globalização e, ainda, as tecnologias de informação para a auditoria, bem como mercados, pessoas e informação.
Apresentação do Plano de Atividades
A OROC apresentou o seu Plano de Atividades para o próximo anos o qual se carateriza pela continuidade. Importa ter em conta as ações prioritárias, como a emissão ou a revisão de orientações técnicas, face à harmonização com as normas e as orientações técnicas internacionais relevantes. Também serão propostas ações de formação aos revisores oficiais de contas sobre as Normas Internacionais de Auditoria e sobre aspetos práticos de algumas ISA. Por outro lado, a Ordem pretende dinamizar o sítio na internet, através de uma mais constante atualização dos conteúdos, através de uma mais fácil integração com os profissionais e uma melhor imagem pública da instituição.
Uma outra preocupação passa por acompanhar as tendências e os requisitos exigidos internacionalmente e a nível nacional na área da contabilidade e do relato financeiro, em coordenação com a Comissão de Normalização Contabilística (CNC). Neste âmbito, importa acompanhar as alterações na legislação fiscal, com vista a emitir recomendações/orientações para os ROC que se considerem pertinentes.
O ano 2020 ficará marcado pela oferta de ações de formação nas áreas tradicionais relevantes para os revisores. Mas é clara a tendência de alargamento de ofertas de formação à distância. Pelo que estão a ser desenvolvidos novos cursos que deverão ser lançados no ano que vem. Por sua vez, a Ordem acentuará a monitorização das ações de formação por si realizadas, com destaque para os assuntos abordados, bem como para a qualidade dos materiais e dos formadores.
Quanto ao processo sistemático de monitorização do grau de cumprimento dos requisitos de formação contínua, previstos no Regulamento de Formação Profissional dos ROC, o plano pretende que seja um exercício marcado por uma forte simplificação do processo, com recurso a informação recolhida e processada informaticamente.
Atividade da Comissão de Inscrição
A atividade da Comissão de Inscrição continuará a confrontar-se com os desafios de apoio à inscrição de novos ROC e aos requisitos inerentes às alterações societárias das SROC, sendo importante a articulação com os serviços da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), responsáveis pela supervisão da auditoria, no sentido de assegurar procedimentos consistentes entre as duas entidades. A atividade da referida comissão de inscrição procurará acompanhar as necessidades sentidas pelos membros da Ordem e também a necessidade de articular a sua intervenção com as competências que passaram a ser também acometidas à CMVM.
Ao longo do ano serão realizadas as quatro provas escritas no novo Regulamento de Exame e Inscrição. Serão ainda realizadas, em duas épocas, as provas orais de candidatos que tenham concluído a totalidade das provas escritas. A Ordem garante que continuará a ser assegurada a adequada independência entre as matérias abordadas no Curso de Preparação e o conteúdo das provas de exame. Para o efeito, promover-se-á a troca de informações entre os formadores e os coordenadores dos módulos de matérias de exame, aquando da preparação dos enunciados das provas escritas.
Finalmente, cabe à Comissão de Estágio assegurar a coordenação e o enquadramento normativo dos estágios que decorrerem, quer ao abrigo do atual regime, quer do regime transitório. A atividade da Comissão abrangerá o exercício das competências prevista no Regulamento de Estágio, incluindo a apreciação dos relatórios ou a tomada de decisão sobre requerimento dos estagiários.