Golden prevê recessão para Estados Unidos e Europa ;

Golden prevê recessão para Estados Unidos e Europa
O Outlook de 2023 da Golden – Wealth Management prevê que os Estados Unidos e a Europa enfrentarão uma recessão económica em 2023. Esta previsão tem por base dois indicadores: o dos PMI (Purchasing managers indexes) globais e da versão da curva de rendimentos.
Relativamente ao primeiro indicador, “quando esses valores se encontram abaixo de 50 refere que a economia está numa situação de contração que é exatamente o que se está a verificar, quer a nível global quer a nível individual, em particular para os Estados Unidos e para a Europa” e, quanto ao segundo, “é um indicador que previu todas as recessões, nunca tivemos um falso positivo, que na prática é a diferença da yield a 10 anos face à yield a dois anos e, portanto, essa diferença está negativa o que significa que as taxas do segmento mais curto são mais elevadas do que as taxas dos segmentos mais longos da curva de rendimentos. Mais uma vez esse efeito verifica-se quer em parte dos Estados Unidos quer para a Europa e, portanto, no nosso cenário central destaque para a materialização de uma recessão para o ano de 2023 quer para os Estados Unidos quer para a Europa”, justifica a Golden.

Taxa de inflação com tendência de descida
Quanto à evolução da taxa de inflação, que em 2022 superou os 10% na Europa e 9,1% nos Estados Unidos, a Golden aponta para uma descida em 2023: “ É expectável que ela continue a baixar quanto mais não seja pela componente das mercadorias e da energia, mas a questão coloca-se ao nível da inflação dos serviços, a inflação core, que ainda continua a níveis elevados e, portanto, julgamos que tenderá a cair, mas de uma forma mais lenta”.
Se a “redução da taxa de inflação for muito rápida, que não nos parece que seja, então claramente podemos até evitar a entrada de um período de recessão”.
 
Mercados de ações e obrigações a recuperar
 
Relativamente à evolução dos mercados accionista e obrigacionista em 2023, quanto ao primeiro, “podemos esperar que o ano 2023 seja em duas metades, não necessariamente de seis em seis meses, mas claramente, numa primeira fase poderá haver aqui uma deterioração ao nível dos mercados acionistas para depois, na sequência de uma alteração de atitude por parte dos bancos centrais, haver uma recuperação deste segmento acionista”. Quanto às obrigações, “é bom recordar que há um ano vivíamos num ambiente de taxas de juro negativas na zona euro. Essa realidade acabou, neste momento já temos taxas bastante positivas e aqui as obrigações podem oferecer bastante valor”, conclui.
Susana Almeida, 02/02/2023
Partilhar
Comentários 0