A disrupção e o plano estratégico nas empresas familiares;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
A disrupção e o plano estratégico nas empresas familiares
A famosa história do ovo de Colombo ilustra o que pode ser considerada uma disrupção de mercado: depois de acontecer, qualquer um a pode concretizar; mas ter a ideia e colocar em prática …
O mercado de atuação de qualquer empresa está em constante evolução; no entanto, não sendo uma entidade mas o resultado da integração de todos os elementos que o constituem: fornecedores, clientes, reguladores, etc., a sua caraterização e comportamento dos seus integrantes está dependente das suas próprias atuações.
O estudo “Empresas familiares da próxima geração: Liderando um negócio familiar num ambiente disruptivo”, da Deloitte, indica que quase dois terços dos participantes consideram a disrupção como um elemento relevante e refletido no plano estratégico das suas organizações. Por outro lado, 27% não o consideram e uma em cada dez empresas não possui um plano orientador do seu futuro.
Estar consciente de potenciais ruturas do mercado não é condição suficiente para assegurar o sucesso, mas pelo menos manifesta uma atitude proativa para as identificar e atuar em conformidade, mesmo que passe pela reação e rápida integração.

Este ano, o grupo Luís Simões alcança os 80 anos. As suas origens remontam à década de 30 e aos adolescentes Fernando Luís Simões e Delfina Soares que, de carroça, transportavam da Malveira para Lisboa produtos frescos produzidos pelas suas famílias. Em 1948, tendo Fernando tirado a carta de condução, adquirem o seu primeiro camião, que, com a pequena produção hortícola e uma mercearia, deram origem ao atual e grande grupo:
  • 2002 colaboradores diretos,
  • 350 000m2 de armazéns e 24 centros de operação logística,
  • 2100 veículos geridos, que percorrem 200 milhões de kms/ano para transportarem 7 milhões de toneladas de produtos.
Ser a referência ibérica em termos de qualidade de serviço do setor de transportes e logística não expressa somente a visão escrita da empresa, mas também uma forte cultura de combate à estagnação e evolução contínua e uma enorme capacidade de implementação.
O seu código de ética expressa claramente que “a inovação é entendida como condição de sobrevivência. Só investigando e desenvolvendo novos processos e novos serviços seremos capazes de antecipar as necessidades dos clientes e adquirir vantagens competitivas.”
É nesta envolvente que surgiram projetos como:
  • Eco-Driving: reduzir o consumo médio da frota em 1 l por cada 100 km e definir o perfil de condução ótimos,
  • Centros de Operações Logísticas do Futuro: armazém “inteligente” que funciona de forma autónoma, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 
  • Logística para o e-commerce: serviço que acompanha as tendências de compra com 4000 expedições diárias.
Um grupo familiar com um modelo de governação no qual coexistem membros da 2ª e 3ª geração com elementos independentes tem a sua continuidade bem muito sustentada.


Temas para reflexão:
  • O nosso principal mercado de atuação evidencia sinais de possíveis tendências disruptivas?
  • Possuímos “sensores” para detetar, analisar e potenciar oportunidades que esses elementos possam gerar?
  • O passado da nossa empresa evidencia práticas que nos podem auxiliar a enfrentar o futuro de forma distinta?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Porto   http://www.efconsulting.pt
 

Partilhar
Comentários 0