A economia como catalisador disruptivo do mercado da empresa familiar;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
A economia como catalisador disruptivo do mercado da empresa familiar
A empresa familiar está inserida num mercado, normalmente recetivo à iniciativa privada e que é caracterizado por uma multiplicidade de fatores.
Os participantes no estudo “Empresas familiares da próxima geração: Liderando um negócio familiar num ambiente disruptivo”, da Deloitte, consideram a economia como o principal impulsionador da envolvente competitiva da empresa.
Alguns dos muitos fatores externos, não controláveis pela empresa, que condicionam muitos dos negócios no mercado nacional, têm sido:
  • A evolução dos níveis salariais: um incremento relativo significativo dos valores mais baixos;
  • As taxas de juro: que estão a níveis muito reduzidos e, a médio prazo, espera-se uma inversão em alta;
  • A concorrência: com movimentações de fecho, por um lado, e de incremento de outros atores diferenciados;
  • As lojas online e as soluções de logística: aumentam a oferta e a procura a partir de qualquer parte do globo;
  • O envelhecimento da população: uma tendência crescente e que continuará na mesma linha de progressão;
  • A cremação: uma alteração cultural com impacto nos números (de 9 mil para 14.000, entre de 2010 e 2014).
As distintas interpretações da evolução destas variáveis e seus impactos nas empresas, por parte dos gestores, justificam a máxima corrente de que “o mercado funciona”; isto é, os que conseguem identificar as oportunidades e adaptarem-se sobrevivem, os outros definham e desaparecem.

Pedro, 28 anos, recorda-se das histórias que a avó lhe contava sobre o bisavô, em especial de andar na rua a pedir esmolas acompanhando o pai que era cego.
Estas origens bem humildes não foram obstáculo a que fosse o primeiro da família a lançar e a dedicar-se ao fabrico de urnas. O fascínio por este seu ascendente - Adelino Macedo - ficou patente na recriação do negócio e lançamento da marca comercial ADELMAC, que suporta a imagem subjacente à estratégia de internacionalização em curso.
O mercado dos seus potenciais clientes era muito atomizado – funerárias espalhadas por praticamente todos os concelhos do país, no entanto, as últimas décadas têm evidenciado um movimento de concentração destes prestadores de serviços funerários, mantendo-se a sua capilaridade geográfica e, na maioria das vezes, os nomes das antigas famílias proprietárias.
A irreverência e vontade de Pedro levou-o a aproveitar os incentivos do Portugal 2020 e investir cerca de meio milhão de euros, para internacionalizar de uma forma sustentada a marca que aposta em inovação e qualidade dos produtos. Em 2017 a empresa apresentou-se numa das maiores feiras no segmento das urnas e acessórios funerários do mundo – a Funéraire Paris. O resultado foi surpreendente: mais de 600 contactos de potenciais clientes em apenas três dias.
Sediada no concelho de Marco de Canaveses, desafia o mercado prevendo investir mais J1,7milhões na construção de novas instalações, para albergar os atuais 30 trabalhadores e assim conseguir satisfazer, para além do mercado nacional, os clientes alvo de países Angola, Alemanha, Itália e França.

Temas para reflexão:
  • Que fatores do mercado mais afetam o nosso negócio?
  • Estamos preparados para os enfrentar?
  • Mantemo-nos estagnados ou investimentos e surfamos na crista da onda?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Porto   http://www.efconsulting.pt
 
 

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