Elétricas aumentam valor em bolsa;

Queda das cotações faz subir retorno através de dividendos
Elétricas aumentam valor em bolsa
A EDP e a EDP Renováveis são os títulos do PSI-20 que mais valorizaram este ano. As duas elétricas contrariaram a tendência de queda generalizada da Bolsa com a crise do Covid-19. Com uma valorização de cerca de 30% face à cotação de janeiro de 2020, a EDP e a EDP Renováveis reforçaram a sua posição como as duas maiores empresas em capitalização bolsista da praça de Lisboa.


A crise do Covid-19 provocou a queda acentuada da Bolsa de Lisboa, seguida de uma tendência de recuperação. Em relação à EDP e EDP Renováveis, a evolução já é positiva, com um ganho de 28,7% e 32,4% em comparação com o início do ano. A REN tem vindo a recuperar as perdas de março passado, cotando próximo de J2,40, valor que compara com J2,70 no início do ano. As três empresas elétricas já representam metade do valor total das empresas cotadas no PSI-20.
Ainda no setor da energia, a cotação da GALP apresenta um comportamento muito menos positivo com uma desvalorização atual de cerca de 40% em comparação com o início do ano.
Excluindo as duas empresas de energia, a Jerónimo Martins é a empresa mais valiosa do PSI-20 com uma capitalização bolsista de 9291 milhões de euros. O valor da ação foi pouco afetado pela pandemia e a cotação atual ronda os J14,70, estando muito próximo do valor do início do ano de cerca de J14.90.
Na lista das empresas com maior valor do PSI-20 surge a NOS, com uma capitalização bolsista de 1884 milhões de euros e uma depreciação de 25% face a janeiro. A cotação tem vindo a recuperar depois de ter registado um mínimo de J2,87 em março. A capitalização bolsista da NOS ultrapassa a soma do valor da Sonae SGPS, com 1360 milhões de euros à cotação atual, e da Sonae Capital, com um valor atribuído de 138 milhões de euros.
A Navigator destaca-se como a empresa de maior valor na atividade industrial, com um valor de 1658 milhões de euros, tendo sofrido uma queda significativa da cotação no período mais crítico da pandemia. A cotação da papeleira afundou para J1,97 em março, depois de ter começado o ano com uma cotação de J3,60. Atualmente, está a cotar próximo de J2,30 estando cerca de 35% abaixo do valor anterior à crise.
Também no setor industrial, a Corticeira Amorim sofreu  um impacto menos significativo em termos de cotação. O valor em bolsa atingiu um mínimo de J7,70 em março, mas já recuperou para os J9,33, estando a aproximar-se do valor de J10,56 que registava no início do ano. A capitalização bolsista da corticeira é de 1247 milhões de euros, que está muito próximo do valor da Sonae SGPS (1360 milhões) e do BCP (1497 milhões).
O BCP é, neste momento, a única empresa cotada do setor financeiro. Entre as sociedades do PSI-20 registou uma quebra acentuada da cotação em março e ainda não dá sinais de recuperação. No início do ano, as ações valiam J0,21. Em março desceram a J0,10 e atualmente estão a cotar próximo de J0,097, o que representa uma quebra superior a 50%.
A Mota-Engil, CTT, Ibersol, Novabase e Pharol completam a lista de 18 empresas do PSI-20 e todas têm agora capitalizações bolsistas inferiores a 400 milhões de euros.
A Novabase destaca-se pela positiva, ao não ter a cotação afetada pela crise pandémica. Pelo contrário, a sua cotação ronda J3,20, valorizando cerca de 60% face ao início do ano.

IAPMEI atribui 10,6 milhões em incentivos para microempresas

O IAPMEI já aprovou 10,6 milhões de euros em apoios ao abrigo do ADAPTAR Microempresas, correspondente ao apoio a 3465 empresas. Estes apoios começaram a ser liquidados esta segunda feira, dia 25 de maio, tendo sido já dadas ordem de pagamento no valor de 1,2 milhões de euros.
O ADAPTAR é um programa de apoio às empresas para adaptação aos novos modelos de funcionamento nesta fase de reabertura de grande parte da atividade económica nacional, garantindo o cumprimento das normas estabelecidas pelas autoridades sanitárias.
Estes Sistemas de Incentivos apresentam 2 vertentes, o ADAPTAR Microempresas,  que permite aos empresários receber um apoio de 80% das despesas entre 500 J e 5000 J necessárias à adaptação dos seus pequenos negócios às novas regras de funcionamento, e o ADAPTAR PME, que subsidia até 50% os investimentos entre J5 mil e J40 mil na adaptação à pandemia dos seus estabelecimentos e métodos de organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores.
Relativamente à totalidade dos Sistemas de Incentivos geridos pelo IAPMEI, desde 18 de março até ao final da semana passada, entraram cerca de 15.508 candidaturas, correspondendo a um investimento de 1,304 Milhões de euros. Este número de candidaturas corresponde a cerca de 43% de todas as candidaturas que havia previamente recebido desde o arranque do atual quadro comunitário em final de 2014.
O IAPMEI informou ter emitido127 milhões de euros de pagamentos de fundos comunitários a 1.717 empresas nestes dois meses.

João Luis de Sousa jlsousa@vidaeconomica.pt, 28/05/2020
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