A sucessão na empresa familiar deve ser planeada;

Reflexões sobre Empresas Familiares
A sucessão na empresa familiar deve ser planeada
Um dos mais difíceis, se não também o maior, desafio que um empresário enfrenta é o da sucessão: da sua enquanto líder do negócio e da posição patrimonial dos acionistas da empresa.
Temos consciência de que é uma situação muito sensível, inevitável e que vai ocorrer com toda a certeza. Sabemos também que irá ter enorme impacto em todos os principais intervenientes: sucessor, sucedido e empresa e seus proprietários.
Os dados internacionais salientam que somente 20% das empresas familiares conseguem manter-se na mesma família por mais 60 anos, e que 50% falham na passagem do testemunho geracional da propriedade e da liderança. Um estudo da Comunidade Europeia salienta que “um terço dos empresários da União Europeia abandonará a atividade nos próximos dez anos. … este abandono afetará anualmente 690 000 PME e 2,8 milhões de empregos.” (Fonte: Transmissão de empresas – Continuidade pela renovação, 14/03/2006)
Neste contexto é responsabilidade de todos, mas com especial relevância do atual líder da empresa, evitar que estes momentos de transição sejam fraturantes. Deve, pois, assumir de forma natural esta inevitabilidade, planeá-la de forma conveniente e assumir a sua implementação.
A sua atuação nesta matéria será sempre recordada e servirá de exemplo para as gerações seguintes – acreditamos que será de forma positiva e o principal fator que ajudou a assegurar a continuidade da empresa no seio da sua família.

A história da Luís Simões inicia-se nos anos 30, quando Fernando Luís Simões e Delfina Soares, ainda adolescentes, transportavam, de carroça, hortaliças e fruta produzidas pelas suas famílias para os mercados abastecedores de Lisboa e da Malveira. Em 1945 casam e, em 1948, Fernando aventura-se a tirar a carta de condução de veículos pesados e a comprar o seu primeiro camião.
Em 1968 é formalmente constituída a Transportes Luís Simões, Lda. É nesta altura que surge a questão da sucessão. A ideia de Fernando é que os três filhos — Leonel, José Luís e Jorge — viessem a assumir o controlo do negócio. Assim, durante cinco anos, prepara-os para assumirem a gestão. A passagem de testemunho dá-se em 1973 e, com ela, a definição de uma estratégia que, ao longo das décadas seguintes, foi sabendo adaptar-se a mudanças, fazer face a contratempos e responder a desafios.
Apesar de se encontrar apenas na segunda geração, em termos de gestão, pois a terceira também já entrou na organização, a coesão familiar assume particular importância para esta empresa. Isto levou à elaboração de um Protocolo Familiar e à constituição de um Conselho de Família, servindo o primeiro para discutir soluções antes de os problemas surgirem e o segundo para informar a família do que se passa na empresa.

Temas para reflexão:
• Quem poderá liderar a empresa no futuro?
• Temos um plano de preparação dos potenciais sucessores?
• Como iremos concretizar a efetiva passagem de testemunho?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt
 
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