Charme asiático;

Ao volante do Kia ProCeed
Charme asiático
Apesar do cariz desportivo, a Kia ProCeed não deixa o espírito de versatilidade ao “abandono”. Claro que a silhueta shooting break penaliza um pouco a altura, mas para a maioria dos utilizadores o espaço percebido é suficiente.
A indústria automóvel evoluiu muito e os aspetos racionais são cada vez mais importantes. O design continua, porém, a ter um papel muito importante. Foi com base nesta premissa que a Kia lançou, no fim de 2017, o topo de gama coupé de quatro portas Stinger.
 
Em outubro de 2018, foi a vez de revelar, no Salão de Paris, outro modelo marcante saído do estirador da equipa de design de Peter Schreyer: a Kia ProCeed. Com um conceito de shooting break, popularizado pela Mercedes em modelos como o CLS ou o CLA, o modelo, lançado em Portugal em janeiro, tem um design marcante do “irmão” mais velho, mas com preços bem mais realistas para a realidade da marca.
A ProCeed substitui na gama Ceed a versão de três portas da anterior geração e mantém o espírito desportivo. Mas acrescenta-lhe, claro está, a versatilidade das cinco portas. 
Concebida no centro de estilo europeu da Kia em Frankfurt e produzido na fábrica da Eslováquia, a ProCeed é a terceira carroçaria da gama Ceed, após as configurações cinco portas e carrinha. No segundo semestre chegará uma variante SUV à família Ceed. A ProCeed pode ter três opções de motor a gasolina, o tricilíndrico 1.0 T-GDi de 120 cv, o quatro cilindros 1.4 T-GDi de 140 cv e topo de gama 1.6 T-GDi de 204 cv. A diesel está disponível o 1.6 CRDi com 136 cv. Estes propulsores podem acoplar caixa manual de seis velocidades ou automática (dupla embraiagem) de sete marchas.
Os preços no mercado português variam entre 30 891 e 41 541 euros.
Tivemos a oportunidade de conduzir a versão com motor 1.6 CRDi e caixa automática (com um PVP a rondar 35 mil euros).
Bancos desportivos em pele e alcântara, faróis full led, jantes desportivas, sistema de navegação e câmara de estacionamento traseira, carregador de telefone wireless, abertura elétrica do portão traseiro e chave inteligente fazem parte do equipamento de série. 
Apesar do cariz desportivo, a Kia ProCeed não deixa o espírito de versatilidade ao “abandono”. Claro que a silhueta shooting break penaliza um pouco a altura, mas para a maioria dos utilizadores o espaço percebido é suficiente (claro que todos temos um amigo “Obélix”, mas para o utilizador médio a área disponível para ombros e cabeça cumpre). Na bagageira, os 594 litros de capacidade disponível estão ao nível das melhores propostas do segmento.
 
Comportamento ao nível premium
 
Os pontos que nos parecem ser a rever são dois, mas de pormenor. Um são os botões (a montagem e a qualidade dos materiais contrasta com alguns botões que fazem lembrar os Kia de há vários anos) e outro, sobretudo, é o funcionamento do travão de mão elétrico. É que o habitual deste tipo de dispositivos é que quando se desliga o motor, este se aciona automaticamente, o que não sucede na marca sul-coreana e, nos carros de caixa manual (nos automáticos é mais comum o condutor não se esquecer de colocar a caixa no P), pode causar dissabores. 
Em termos de condução, realce para os dois modos de condução associados à caixa automática. O modo Normal privilegia os consumos e o conforto, com a caixa a ter “reações” mais calmas e a direção a ser mais leve. No modo Sport, a caixa reage com mais força e “estica” mais as velocidades, com a direção a ficar mais pesada, com reflexo no desempenho a ritmos mais apressadas. Neste modo, a Kia ProCeed 1.6 CRDi mostra um desempenho ao nível das melhores propostas do segmento, mesmo entre as marcas premium.

Aquiles Pinto aquilespinto@vidaeconomica.pt, 19/07/2019
Partilhar
Comentários 0