BCE poderá moderar custos sobre depósitos da banca
Os bancos da Zona Euro têm sido penalizados ao longo de mais de uma década pelas baixas taxas de juro. Mas agora poderão beneficiar de muitos milhões se o Banco Central Europeu moderar o custo que fatura sobre os seus depósitos, de acordo com uma análise da Reuters.
O problema maior que se coloca é que os efeitos deste novo mecanismo serão repartidos de forma desequilibrada, beneficiando em primeira linha os grandes bancos alemães e franceses. As tensões comerciais tendem a degenerar numa guerra de divisas, é possível que o BCE venha a reduzir a sua taxa de depósito, atualmente fixada em -0,4%, o que significa um encargo para os bancos que depositam a sua liquidez no BCE. É possível que a taxa passe para menos seis décimas até ao final do ano. Ora, a introdução de uma taxa modelada poderá amortizar o choque, sobretudo no que se refere aos bancos que possuem elevada liquidez.
Colocar em prática um tal mecanismo não é uma tarefa fácil. A situação em matéria de liquidez bancária varia de país para país, sendo que o mecanismo corre o risco de ter efeitos indesejados, levando a um novo agravamento das taxas de mercado. A acontecer esta medida, então a França, a Alemanha e a Holanda seriam os centros financeiros mais beneficiados. As poupanças ascenderiam a cerca de mil milhões de euros cada um. Alguns países poderão preferir depositar gratuitamente a liquidez junto do BCE, em vez de a emprestar a concorrentes com taxas negativas, o que interessa mais ao banco central. Certo é que se está perante um processo muito complexo, que obrigará a sérias reflexões por parte de todos os intervenientes. Entretanto, existe o risco de os bancos terem a eventual possibilidade de aumentarem artificialmente a sua liquidez excedentária, por via da redução dos créditos que estabelecem ou da emissão de dívida no curto prazo.
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