Risco com obrigações estruturadas é uma opção de investimento;

a nossa análise
Risco com obrigações estruturadas é uma opção de investimento
As obrigações estruturadas apresentam um risco mais expressivo relativamente aos depósitos estruturados. No entanto, o retorno potencial é substancialmente maior. O produto que analisamos é uma “note” estruturada denominada “SG Mais Saúde 2023” produzida pela Société Générale e comercializada pelo Novo Banco.
 
Com uma maturidade a três anos, pode ser reembolsada antecipadamente, de acordo com as condições da ficha técnica. O emitente compromete-se a assegurar um mercado secundário diário durante a vida útil do produto, para uma eventual comercialização e transformação da “note” em liquidez. Mas atenção, as condições de mercado podem não ser as mais favoráveis e o risco pode significar a perda parcial, ou até total, do montante aplicado. Existe também o risco do emitente e o risco de liquidez se houver desinteresse pelo produto em mercado secundário. Este produto pode integrar um “bail-in” em caso de incumprimento do produtor.
Depois destes avisos, é de destacar o mais interessante nesta “note”, que é a remuneração. De acordo com os vários cenários do emitente, em caso de stresse, as perdas anualizadas poderão chegar aos 5,22%, mas em cenário favorável o ganho médio anual será de 1,44%.
Mas vamos ver como funciona este produto estruturado e que obriga a conhecimentos sobre mercado de capitais. De acordo com a ficha técnica 80%, do capital inicial é pago na maturidade, a 5 de agosto de 2021, acrescido de um rendimento bruto de 2% sobre esse capital. Os remanescentes 20% serão reembolsados em cada ano caso o preço de referência do ativo subjacente com o pior desempenho seja, em alguma das datas de observação dos juros, igual ou superior ao respetivo preço de referência inicial. Neste caso, é paga uma remuneração de 7% bruta, multiplicada pelo número de períodos anuais decorridos e calculados com o capital dos 20%. No entanto, existe o risco de esta condição não se verificar e aí o investidor não receberá capital nem qualquer pagamento de juros e avança para a próxima data de observação. No final da maturidade de três anos e caso não tenha ocorrido o reembolso antecipado, diz a ficha técnica que, “se o preço de referência do ativo subjacente com o pior desempenho estiver abaixo de 60% do preço de referência inicial, o investidor receberá a performance desse ativo multiplicado pelo capital remanescente (20%)”. Nesta situação pode ocorrer uma perda parcial ou total do capital remanescente. Falta referir que os ativos subjacentes são a Roche Holding AG, a Regeneron Pharmaceuticals Inc, a UnitedHealth Group Inc e a Veeva Systems Inc.
Nos mercados financeiros, é de destacar a performance do ouro, que na última semana de julho atingiu o recorde de 1944 US dólares a onça e ficou acima do nível de 2011. A prata também subiu exponencialmente e, num mês, registou um ganho de 21%, segundo a corretora XTB. Estas subidas são suportadas pela quebra da divisa norte-americana. Uma das opções de investimento em ouro é feita através de fundos cotados em Bolsa de Valores e os ETF são uma das opções. O investidor arrisca no ouro sem ter de o comprar fisicamente, podendo fazê-lo com valores de investimento reduzidos.
 
Vítor Norinha, 30/07/2020
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