Turismo interno não diminui intenções de insolvência na hotelaria;

Inquérito AHRESP
Turismo interno não diminui intenções de insolvência na hotelaria
O efeito positivo do turismo interno não diminuiu intenções de insolvência na hotelaria, de acordo com o mais recente inquérito mensal a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). 
“O período do Verão não foi suficiente para reforçar a tesouraria das empresas”, avisa a AHRESP. Foi registado um total de 1 049 respostas válidas ao inquérito mensal da entidade (que decorreu entre 31 de agosto e 3 de setembro) e conclusão é que 38% das empresas na restauração e bebidas e 16% no alojamento turístico ponderam avançar para a insolvência.
A AHRESP fala em “situação dramática para as empresas da restauração e bebidas e do alojamento turístico” e avisa que o cenário “irá agravar-se significativamente com a diminuição das férias dos portugueses e a menor utilização de esplanadas com o aproximar do outono”.

Poucas discrepâncias regionais

Os resultados nacionais, quer da restauração e bebidas, quer do alojamento turístico, não evidenciam diferenças muito significativas entre as várias regiões. A análise incidiu sobre as cinco regiões do continente (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Na restauração e bebidas, a faturação do mês de agosto foi devastadora, com 70% das empresas a registarem quebras homólogas de faturação acima dos 40%. Mais de 9% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em agosto e 10% só o fez parcialmente. Com esta realidade, 14% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início do estado de emergência, e mais de 24% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.
Para as empresas do alojamento turístico, em agosto, 12% das empresas não registaram qualquer ocupação e mais de 16% indicou uma ocupação máxima de 10%. Além disso, 22% das empresas inquiridas revelaram uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação. Setembro indicia resultados não menos preocupantes, pois 24% das empresas não esperam uma taxa de ocupação acima dos 10%, e mais de 17% das empresas perspetivam uma ocupação zero.
Perante este cenário, indica a AHRESP, “16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade”. Mais de 19% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em agosto e 8% só o fez parcialmente. Além disso, cerca de 16% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.


Aquiles Pinto, 04/09/2020
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