Zona Euro cada vez mais perto da recessão;

Zona Euro cada vez mais perto da recessão
Os mercados e as empresas esperam com expetativa as medidas do BCE, a serem anunciadas em dezembro
A recuperação da economia travou na Zona Euro, em outubro, na sequência da segunda vaga da pandemia e das medidas restritivas impostas pelos governos. Em particular, o setor dos serviços, o principal da região, está a ser fortemente penalizado. A Alemanha e a França voltaram ao confinamento, contribuindo para que a região da moeda única esteja cada vez mais perto da recessão, de acordo com os dados da Markit. 
 
O panorama está cada vez mais sombrio. A economia da Zona Euro registou uma contração de 11,8%, no segundo trimestre, depois de ter crescido 12,7% no primeiro, bastante melhor do que o esperado pelos analistas, o que se ficou a dever à retirada das medidas de confinamento. Mas a situação mudou com um disparar do número de casos de coronavírus. A atividade económica caiu em outubro 50,4. Tendo em conta o atual contexto, as previsões não são animadoras para os próximos meses. O setor dos serviços, no período em análise, baixou de 48 para 46,9 pontos, tendo sido o nível mais reduzido desde maio, altura em que a pandemia se alargou a toda a Europa.
Agora, a situação agravou-se, com as empresas da área dos serviços a dispensar funcionários pelo oitavo mês consecutivo, a procura caiu ainda mais e o otimismo empresarial piorou consideravelmente. A hotelaria, em particular, tem sido fortemente afetada, arrastando consigo toda a fileira do turismo, incluindo a aviação comercial. Para se ter uma ideia das preocupações dos empresários, o sentimento de confiança atingiu mínimos relativamente à crise financeira e à primeira vaga da pandemia. Com a agravante de que não há razões para pensar numa recuperação consistente nos próximos tempos. As incertezas são muito maiores do que durante a crise financeira. Resta esperar pelas novas medidas que estão a ser preparadas pelo Banco Central Europeu e que deverão ser conhecidas no próximo mês de dezembro. Para já, haverá que aproveitar os estímulos já lançados pelo BCE, sem precedentes na sua história. 
Susana Almeida, 13/11/2020
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